Resumo de Enfim O Natal - Marginalizado

Enfim, o Natal - marginalizado!Natal? Nossa! Já se passaram tantos anos que quase caiu No esquecimento seu verdadeiro sentido. Aliás, ainda se lembra o que se comemora nesta data? Barbie, conversíveis, celulares de última geração, computadores mais sofisticados, apartamentos, presentes que se brindam durante a mesma festa, num mesmo planeta - o paradoxo. O menino Jesus nasceu pobre, mas, ricos nascem hoje a ganância de Poder, a tecnologia desenfreada e a ciência avançada que párem, continuadamente, o Crime Organizado, a violência diuturna, a mentira e a corrupção. Enquanto a elite se empanzina de perus, tenders, chesters, panetones, vinhos, satisfazemo-nos com os restolhos que deixam cair das mesas fartas e, às migalhas, avançamos como porcos, aguardando a chegada de Papai Noel. O Bom Velhinho aposentou as renas e o trenó e se apresenta hoje de helicóptero apontando quais crianças merecem receber seus presentes. Aquelas barrigudas e de meleca no nariz, não! São sardentas, cheiram mal. Bom nem se aproximar delas. Pobreza pega! Se forem negras então... O Natal não é, definitivamente, o mesmo para o gay, para a prostituta, para o desempregado, para o ex-presidiário, enfim, para aquele que está à margem, quer seja da riqueza, quer no preconceito. Acovardamo-nos e como se estivéssemos no Egito adentramos nossos sarcófagos e como a Esfinge Silenciosa, Nos calamos. Os séculos passam e estaremos a contemplar as peripécias e ao império brasilense a podridão para debaixo dos luxuosos tapetes empurraremos, objetivando ao nosso Natal exterminar. Seriam as conseqüências da falta de planejamento do passado, vividas hoje, Século XXI? É o que nos aguarda no Terceiro Milênio? Destruíram o Natal ou o destruímos? Onde andará a fé, a religiosidade do povo oprimido? Não estou generalizando, mas o Sistema nos força a esconder o Natal de Jesus e nos obriga a comemorar o natal comercial. A TV aberta, a que o pobre ainda pode assistir (enquanto dá para fazer malabarismos e pagar a conta de energia elétrica), propaga a árvore e seus enfeites informatizados, os playstations, os bonecos de controle remoto, o passeio à Disney World... Nossas crianças cheiram cola de sapateiro para aliviar a dor de fome contida no estômago sem poder deixar rolar a lágrima da solidão e do descaso, os pais - para aliviar o sofrimento, embriagam-se. Enfim, desejar, neste artigo um Feliz Natal seria hipocrisia e afronta à dignidade, mas, espero que todos tenhamos um próspero Ano Novo, com mais emprego, respeito, humanidade e amor, para que possamos ter nos próximos dezembros, menos Natal Marginalizado...

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