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Ecce Uomo
(Friedrich Nietzsche)

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Ecce Uomo é um texto autobiográfico de Friedrich Nietzsche, escrito numa fase final de sua vida (1888), próximo de sua crise final e mergulho na loucura. O título é altamente significativo. Encontra-se na versa vulgata da Bíblia, no evangelho de São João, capítulo 19, onde Pilatos apresenta Cristo aos judeus: ?Saiu Pilatos ainda outra vez, e disse-lhes: Eis que vo-lo trago fora, para que conheçais que não encontro nele crime algum. Saiu pois Jesus, trazendo-lhe a coroa de espinhos e o manto de púrpura. E (Pilatos) disse-lhes: Eis o homem. Então os príncipes dos sacerdotes e os ministros, tendo-o visto, gritaram, dizendo: Crucifica-o, crucifica-o?. Ele se constitui de explicações sobre seus livros e sobre sua própria pessoa. Nietzsche explica porque é tão sábio, porque escreve livros tão bons. Ele se define como um decadente, mas se diz também o contrário, ou seja, alguém vigoroso. Nietzsche afirma que sua natureza é guerreira e agredir é parte de seus instintos. Todo o Zaratustra é um ditirambo à solidão, afirma Nietzsche. Ele afirmou que atacou David Strauss, Wagner, entre outros. Atacar, para ele, era prova de benevolência, ocasionalmente de gratidão. O texto é marcado pela grandiloqüência, o auto-elogio e o anti-nacionalismo alemão, o que fez com que ele fosse publicado apenas em 1908. Nietzsche afirmou ser descendente de nobres poloneses (o que jamais foi comprovado; uma análise genealógica verificou que, de parte de pai, descendia de uma linhagem de pastores protestantes) e escreveu que, onde reina, a Alemanha corrompe a cultura.Comenta-se que Freud conhecia o ?caso? Nietzsche, mas não suas obras. Afirmou que Ecce Uomo não era um livro de um louco, pois Nietzsche preservara o domínio da forma. E realmente, em Ecce Uomo Nietzsche era ainda o filósofo com dons de poeta e músico. O livro nasceu do inconformismo do autor com seu pouco reconhecimento por seus contemporâneos. Daí o fato de tantos auto-elogios: ele escutou da própria boca os elogios que esperou durante uma década, ou seja, desde a época em que deixou a cátedra em Basiléia (1879), doente e amargurado com a fria recepção acadêmica que teve seu livro O Nascimento da Tragédia, que ele também tematiza em Ecce Uomo: era um livro que voltava-se para o mundo antigo, revendo Sócrates com um olhar muito original: com o chicote de seus silogismos, Sócrates iniciara a decadência da cultura grega, do teatro e da música. Existia também uma hostilidade secreta contra o cristianismo nesse livro, e que depois Nietzsche expôs publicamente e que ganhou sua expressão mais desabrida em O Anticristo.Em Ecce Uomo, com seu título tirado das sagradas escrituras, Nietzsche profetizou muito do ocorreria no século XX: grandes guerras, enormes transformações de valores, mas tudo isso sem uma argumentação correspondente, o que dificultou sua aceitação e lhe valeu o epíteto de irracionalista. No final de Ecce Uomo, colocou uma pequena frase, resumindo que sua filosofia consiste em colocar Dionísio contra o Cristo. Na verdade, Nietzsche assumiu uma postura dissolvente, inédita na filosofia de sua época, mas que seria adotada por outros filósofos do século XX, como Michel Foucault: foi crítico de Sócrates, Cristo, do socialismo, do feminismo, da loucura e da razão, sem comprometer-se com nada, mas criticando o niilismo.



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