BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


I, Robot
(Isaac Asimov)

Publicidade
"Eu, robô" na tradução original para o português é uma seleção de contos futuristas escritos nos anos 50, quando a mecânica ainda era predominante e a eletrônica ainda não conhecia a válvula. A ação se desenvolve no ano de 2035 e a costura de cada conto individual é feita pela doutora Susan Calvin.


Em sua biografia póstuma, I, Asimov, o escritor de ficção científica russo?americano Isaac Asimov reafirmou o que sempre disse ao longo de sua extensa e prolífica carreira: para ele, escritores se dividiam em duas categorias, os escritores?vitrais e os escritores?vidraças.
Vitrais seriam os autores que embelezavam demais as histórias com um estilo rebuscado, e vidraças, os que fariam o oposto, ou seja, contavam suas histórias sem, digamos, muita enrolação. Asimov se considerava, com o maior orgulho, um escritor?vidraça.
Asimov tinha moral para fazer uma afirmação dessas, por mais polêmica que pudesse soar: escreveu mais de 400 livros em quase cinqüenta anos, e até hoje, mais de dez anos após sua morte , continua vendendo como água no mundo todo. E volta a ser publicado no Brasil, com a nova tradução do clássico Eu, Robô, por conta do filme homônimo de Alex Proyas que foi exibido recentemente no Brasil.
Se o filme, uma superprodução hollywoodiana com Will Smith e Bridget Moynahan e robôs inteiramente feitos por computação gráfica, tem dividido opiniões (fãs mais radicais do Bom Doutor, como Asimov, Ph.D em química, também era conhecido, afirmam que a película não passa de um emaranhado mal costurado de elementos de suas histórias de robôs), o livro é praticamente uma unanimidade: escrito com um estilo extremamente simples, a ponto de parecer ingênuo, mas ao mesmo tempo com muita engenhosidade (o quase?trocadilho é intencional), ele amarra com habilidade diversos contos ambientados num mesmo universo: um mundo futuro em que robôs convivem diariamente com os seres humanos, quase sempre em harmonia, e onde seus criadores ocasionalmente precisam se defrontar com defeitos? ou até questões mais profundas, de caráter filosófico, girando em torno da seguinte indagação: pode um robô ter consciência?
Em todas as histórias encontramos a personagem mais famosa de Asimov: a doutora Susan Calvin. Psicóloga de robôs, Calvin é descrita no livro quase sempre como uma solteirona amarga (exceto no primeiro conto da coletânea, Robbie, onde vemos de passagem uma Susan adolescente) que ama robôs e que, embora não os tenha inventado, irá participar ativamente da evolução deles ao longo de décadas na empresa U.S. Robôs, sempre solucionando problemas de funcionamento dos cérebros positrônicos deles e mediando confrontos ligados a questões de interpretação das famosas três leis da robótica.
Estas leis, que se tornaram clássicas, são as seguintes: 1) Um robô não pode ferir um ser humano, ou, através da inação, permitir que um ser humano seja ferido; 2) Um robô deve obedecer às ordens dadas por seres humanos, exceto se tais ordens entrarem em conflito com a primeira lei; 3) um robô deve proteger sua própria existência, desde que tal proteção não entre em conflito com a primeira ou a segunda lei. Estas leis, primores de lógica, nos deram histórias interessantíssimas em Eu, Robô, histórias de crises e resoluções de problemas. Tudo de caráter absolutamente técnico, mas ao mesmo tempo cativante e nem um pouco chato. Histórias que mesmo quem não é fã do gênero costuma gostar.
Quanto ao estilo, devemos dar um desconto ao Bom Doutor: afinal, as histórias foram escritas no início da década de 1950, e o caráter ingênuo da narrativa (muito bem traduzido pelo escritor de ficção científica Jorge Luiz Calife) não retira a qualidade dos contos, todos muito bem elaborados, nem seu mérito, o de serem as primeiras histórias de ficção científica em que o robô não é visto como uma máquina assassina, mas como um instrumento e, potencialmente, um aliado.
Uma rápida observação com relação ao filme: de fato, o roteiro não tem nada a ver com nenhum conto da coletânea Eu, Robô. Mas o personagem de Will Smith (o detetive Del Spooner, que odeia robôs) é diretamente inspirado em outro personagem asimoviano clássico, o detetive Elijah Baley, de Caves of Steel, que também não era lá muito fã de robôs) e o clima de suspense envolvendo a quebra das três leis da robótica também faz parte, de modo geral, de todos os contos. É preciso lembrar que, além de escritor de ficção científica, Asimov também foi autor de vários livros de mistério e suspense, e adorava o gênero policial. A única discrepância gritante entre filme e livro é que a Susan Calvin do cinema é linda, ao contrário da personagem do livro, descrita explicitamente como uma mulher feia e sem atrativos. Mas quanto a isso podemos perdoar Hollywood.



Resumos Relacionados


- Eu, Robô

- Eu Robô

- Eu, Robô

- Eu, Robô

- I Robot



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia