BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


A Física
(Aristóteles)

Publicidade
De início, cabe lembrar que, ao ingressar na Academia platônica ele já apresentava grande interesse pelas pesquisas biológicas, tendo tentado, por isso, contrapor ao matematismo dominante na Academia atitudes típicas da investigação naturalista, isto é, espírito de observação e índole classificatória. Essas serão as linhas mestras de seu pensamento e com as quais constituirá o Liceu, centro de estudos dedicados fundamentalmente às ciências naturais. Aristóteles transpõe para toda a Natureza categorias explicativas pertencentes ao domínio da vida, que exercerão influência sobre a física e a metafísica aristotélicas.
Na sua concepção, o universo é um organismo que se desenvolve graças a um dinamismo interior, um princípio imanente a que chamou de “Natureza”. Das obras dedicadas ao estudo da Natureza, a primeira série – a Física – apresenta conceitos gerais relativos ao mundo físico.
Inicialmente, Aristóteles considera que, de tudo que existe, algumas coisas existem por natureza e outras por diversas causas. Os animais, as plantas e os corpos simples, como a terra, o fogo, o ar e a água, existem por natureza, e, têm, em si mesmas, um princípio de movimento e de repouso.
Há, no entanto, coisas singulares e particulares, produzidas por uma arte, que não possuem força interna que as conduza à mudança e ao movimento. Estas não existem por natureza; não têm em si o princípio eficiente de sua própria produção.
Assim, chamam-se naturais, ou segundo a natureza, todas as coisas que existem por si mesmas ou essencialmente se constituem ou integram. O fato de o fogo subir, por exemplo, se dá naturalmente e conforme a natureza. A natureza é aquilo que, em princípio, constitui cada coisa. Assim, a natureza da cama seria a madeira e a da estátua, o bronze. A cama é cama acidentalmente, de acordo com uma forma e uma arte. A essência seria aquilo que permaneceria mesmo sob a contínua modificação imposta pela forma e pela arte. Entenda-se aqui que, Aristóteles denomina arte ao que é conforme as normas da arte e é artificioso ou artificial, e natureza ao que é conforme a ela e é natural.
Ao definir o objeto do estudo da física ou da ciência da Natureza, Aristóteles toma a natureza em dois sentidos: forma e matéria. É fim próprio da física conhecer as duas naturezas. Distintas no pensamento, a forma e a matéria são inseparáveis na realidade. A matéria não existe sem a forma, nem a forma sem a matéria. Privação significa que ter uma forma implica em estar privado de outras.
Logo, a física deve estudar a natureza enquanto matéria e enquanto forma; a matéria porque necessária à realização da forma. Há, portanto, uma prevalência da forma em relação à matéria, como do todo em relação às partes e uma opção pela teleologia sobre o puro mecanicismo, isto é, a causa final sobre a causa eficiente.
Aristóteles considera que não podemos nos acreditar donos do conhecimento de cada ser, antes de conhecer a causa pela qual existe e isto é chegar à primeira causa. Assim, em um primeiro sentido, chama-se causa àquilo a partir do qual algo se faz ou se produz, de maneira que permanece no ser produzido como imanente. Assim, por exemplo, o bronze é causa da estátua e a prata é o da taça. É causa, ainda, aquilo que tem razão de fim. E isto é a causa final. Exemplo: a saúde em relação a passear. Porque passear? Para gozar de boa saúde. Com essa resposta acreditamos estar expressando a causa daquilo.
Ao empregar-se causa em muitos sentidos diferentes, ocorre que um mesmo efeito tem muitas causas diferentes e não acidentalmente. São causas do busto e da estátua a arte da escultura e o bronze. Mas não o são todos à mesma maneira: uma é causa à maneira de material; a outra como aquilo de onde veio o movimento ou mudança que a fez. Por outro lado, a causa dos contrários pode ser a mesma, pois o que, estando presente, é a causa de um determinado efeito, dizemos às vezes que, ao estar ausente e faltar, é também causa do efeito contrário.
Aristóteles lembra, aindda, de causas acidentais e seus gêneros. É causa acidental que “fulano” seja o escultor de determinada obra. Todas as causas, as que são propriamente e as que são de forma acidental, se chamam causas. As primeiras porque produzem algo e as últimas porque atualmente o fazem.
É sempre necessário buscar a causa de cada coisa. Os gêneros são causas dos gêneros, as coisas particulares das coisas particulares. Portanto, a ciência consiste no conhecimento das causas, classificadas, por Aristóteles, em matéria, forma, motor e causa final. É tarefa do físico conhecê-las a todas e explicar as coisas de maneira conforme à física. O “porque” nos leva à essência ou nos leva ao primeiro motor.



Resumos Relacionados


- Metafísica

- Metafísica

- Aristóteles

- A Filosofia De Aristóteles

- Ética A Nicômaco



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia