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Informação e Espaço Público
(Maria José Camecelha)

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O ser e o estar - um novo espaço e um novo tempo -
implicam uma mudança conceptual da cultura
europeia na sua relação com o exterior: a defesa dos
Direitos Humanos, o respeito pelas minorias e pelos
valores democráticos, pelo reconhecimento do Direito
Internacional.
Num contexto internacional em que a informação
surge como uma necessidade vital (tão vital como
definir o inimigo principal), o papel da comunicação
social assume não apenas um carácter justificativo –
ligado a uma lógica de divulgação do possível (os
segredos que não podem ser divulgados, e cujos
detentores são apenas os estados - a relação dos
serviços de informação com o Estado é muito crítica,
neste contexto) como também um carácter
informativo de base – o verdadeiro, o real. A definição
do inimigo é, por outro lado, igualmente vital. Ou seja,
este [o inimigo] transforma-se no pivot da informação,
estreitamente articulado com ela, justificando a
existência da própria notícia .
Esta questão remete-nos para uma outra: a da
alternância de modelos comunicacionais. Ou seja,
interessa reflectir um pouco sobre qual a forma de
transmissão. Pense-se no papel da rádio na IIª Guerra
Mundial, no papel da Televisão na Guerra do Vietnam,
na importância actual da dita 'informação em directo'
(pela actualização constante das notícias, por exemplo,
em cenários de guerra como o Afeganistão ou o
Iraque). Há, portanto, uma alteração substantiva na
percepção de um dado acontecimento.
A Sociedade de Informação, definida no Conselho
Europeu de Essen de 1994 coloca a tónica nas
infraestruturas audiovisuais, mas acentua,
igualmente :(…) o significado dos novos serviços e
conteúdos da informação, bem como do papel da
comunicação audiovisual, em especial a sua
dimensão cultural.
A noção de público, associada à noção de sociedade
da informação leva a um outro pensamento - o de
espaço público. De que forma pode emergir a opinião
pública no espaço público? De que forma é que
uma "massificação" de informação pode ser
interpretada pelos cidadãos levando-os, da
particularidade da sua opinião, a partilhar expectativas
e anseios comuns, formando uma opinião?
Na definição de Habermas o espaço público
caracteriza-se pela sua essência histórica, uma -
categoria típica de época (cf.: Jurgen Habermas,
Mudança estrutural da esfera pública, Edições Tempo
Brasileiro Ltda, Rio de Janeiro, 1984.)
Penso que podemos avançar neste conceito, sem
derimir o efeito de 'consciência histórica' apondo
novos significados ao espaço público, nomeadamente
os provocados pelos efeitos de acções terroristas,
como o 11 de Novembro.
Será que é uma 'consciência histórica' que emerge do
posicionamento face a estes acontecimentos? Ou,
melhor ainda, uma consciência sociológica [redutora]
retirada de um mecanismo comunicacional
simplificado, em que as acções são mostradas vezes
sem conta dando origem a enormes constelações
temáticas?
Deste ponto de vista, assumem particular importância,
como atrás foi referido, os diversos media. A
comunicação incide directamente sobre o espaço
isoladamente, não produzem qualquer efeito, mas que
se materializam em conjuntos cada vez maiores.
A falta de discussão de conteúdos, mesmo
simplificados, cria uma ausência de sentidos.
Daí a dificuldade de evocação de uma 'historicidade'
como aglutinadora de um espaço público europeu
Há lugar à constituição de um Espaço Público
Europeu? Parece que a União Europeia reclama essa
ideia, corroborada por uma vocação universalista.
Mas, para além dos acordos formais e das
declarações de intenção, uma outra Europa parece
emergir de fragmentos de discursos
Assiste-se assim à criação não de um Espaço Público
Europeu mas a vários espaços públicos, emergentes
de políticas de estados nacionais. A coexistência
destes inúmeros espaços e a sua sobrevivência
parece fundamental para que a homogeneidade dos
diveraços nacionais tenha um papel
importante nas diversas trocas.
Por outro lado, o aumento de circulação de indivíduos
com experiências e conhecimentos muito diversos vai
entrecruzar-se com a de outros que se reclamam de
uma Europa fundadora.
A informação aos cidadãos sobre políticas de
emigração, mercado de trabalho, etc., bem como uma
política de não-exclusão de minorias é absolutamente
indispensável, sob risco da Europa se distanciar de si
própria, pela construção de discursos fragmentários
vazios.
Da singularidade ao grupo, resulta que o espaço
público tem necessidade da política. Recuperar a
política para o espaço público, presentificando uma
memória cultural que não pode ser apenas
ocasional, permitiria criar uma opinião pública capaz
de distinguir o verosímil do verdadeiro, eliminando o
ruído inerente do excesso de elementos dispersos.



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