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QUE POLICIA E ESSA
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No dia 3 de março de 1945, uma multidão concentrada na Praça da Independência e que participava de um ato pela redemocratização do País foi surpreendida por uma rajada de tiros, disparados pela polícia do Estado Novo. Um deles matou o estudante Demócrito de Souza Filho. Outro matou o carvoeiro Manoel Elias dos Santos. A data ficou como marco na história de Pernambuco, representando mais um ato de arbitrariedade e violência. Na última quinta-feira, por pouco, o Recife não assistiu à repetição do fato. Três policiais militares armados, invadiram uma passeata realizada pelo II Fórum Social Brasileiro, da qual participavam mais de dez mil pessoas, inclusive crianças integrantes do movimento dos sem-terrinha, encarregadas de abrir a manifestação. Dispararam dois tiros para cima e cinco contra a multidão. O líder do MST, Jaime Amorim, foi atingido, de raspão, no dedo. É, a bala passou pelo dedo, mas poderia ter se alojado no peito ou na cabeça, poderia ter atingido mortalmente os que assistiam aos discursos pronunciados no palanque armado na Praça do Carmo e, pior, poderia ter assassinado uma criança. A resposta da população foi o tumulto e o quase linchamento de um dos policiais. Tudo isso aconteceu por volta das 18h, quando pessoas comuns saíam de seus trabalhos e transitavam pelas ruas do centro da cidade procurando lugar em ônibus abarrotados ou parando para ouvir o que diziam os oradores. Todos os jornais noticiaram que a marcha organizada pelo Fórum Social Brasileiro vinha transcorrendo sem maiores incidentes até a chegada dos policiais. A desculpa apresentada foi a de que eles estavam perseguindo um assaltante que sequer foi preso. Antes dos tiros, investiram contra os que estavam por perto a golpes de cassetetes. A pancadaria foi dirigida a quem? Não se sabe. Vale ressaltar um fato estranho. Apesar de a manifestação ter sido comunicada à polícia e amplamente divulgada pela Imprensa, existia no local apenas uma viatura com os três policiais. Fica evidente que nenhum esquema de segurança foi montado para a possibilidade de haver algum tipo de tumulto. Trata-se de uma omissão imperdoável, já que dez mil pessoas na rua é um número considerável e que merece a atenção mínima das autoridades. Também fica claro que os três policiais presentes estavam completamente despreparados para enfrentar qualquer incidente. Tanto é assim que usaram balas de verdade, supondo-se que não dispunham de outros artifícios normalmente utilizados pela polícia para conter manifestações de massa que, de alguma maneira, representem perigo para a ordem pública. A passeata, de fato, não estava imbuída desse espírito, mas, se fosse o caso, não poderia ter sido enfrentada com armas de fogo. Esta foi a catastrófica estréia do novo secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, escolhido pelo novo governador do Estado, Mendonça Filho (PFL). Ele encabeça a chapa majoritária que, coligada com os tucanos, disputará a permanência no Palácio das Princesas nas próximas eleições. O secretário, delegado da Polícia Federal em Brasília, já foi também responsável pela SSP do Espírito Santo, entre 2003 e 2005, nomeado pelo governador Paulo Hartung. Embora tenha desembarcado no Recife como o homem que, enfim, poderia controlar a violência em Pernambuco, seu currículo apresenta um item muito questionável. Foi demitido por Hartung porque durante a sua gestão, a Rede Gazeta, o maior grupo de comunicação do Espírito Santo, passou 45 dias com os telefones grampeados a pedido da Secretaria. A explicação foi inverossímil: tinha ocorrido um engano. Os telefones que deveriam ser bloqueados eram outros. O ato foi visto como uma forma de controlar a Imprensa e gerou indignação e protestos. A ação policial desenvolvida nesta quinta-feira também coloca por terra o discurso do secretário que, em sua primeira entrevista, disse que desejava trabalhar em parceria com prefeituras, igrejas e sociedade, promovendo uma aproximação com as comunidades. Não se sabe se ele está atuando junto com prefeituras e igrejas, mas, certamente não está em sintonia com a sociedade. Caso estivesse, não ignoraria o Fórum Social Brasileiro. Na mesma entrevista, Rodney Miranda afirmou que pretendia aumentar o policiamento ostensivo da PM. Onde estava o tal policiamento ostensivo? Ninguém viu. Só depois que a confusão estava formada é que apareceram outras viaturas e motoqueiros. Já era tarde.



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