O Fantasma de Alfred Dreyfus
(Ronald Schechter)
O caso Dreyfus, que está completando 100 anos neste 12 de Julho tem muita coisa a nos ensinar, a despeito deste século que nos separa daquela realidade. Ou talvez estes cem anos não sejam uma distância tão grande assim, argumenta o professor Ronald Schechter, do College of Willian and Mary em um artigo publicado na edição eletrônica da Forward.
Na verdade, Dreyfus tornou-se um ícone, uma imagem de resistência a toda perseguição, diz Scechter, uma imagem tão poderosa que até o ultra-direitista e anti-semita notório Jean Marie Le Pen tenta colar sua imagem à do capitão do exército francês acusado de alta traição e mandado para uma penitenciária em uma ilha na Guiana para cumprir uma prisão perpétua apesra de obviamente inocente das acusações. No artigo, bastante didático e muito bem escrito, Schechter narra toda a trajetória do desafortunado capitão e relembra as sórdidas manobras das autoridades francesas da época para tentar dar um verniz de legitimidade à uma acusação totalmente desprovida de base e movida tão somente pelo ódio racial, já que Dreyfus era um judeu.
Schechter observa que as condições dos prisioneiros nas celas de Guantánamo não são tão distantes assim da situação de Dreyfus, apesar desse século separando as duas realidades, e lembra que crimes motivados pelo ódio são uma constante no mundo atual, apenas para realçar a atualidade desse caso histórico de injustiça.
O exército francês só reconheceu a inocência de Dreyfus em 1995.
Vale a pena ler o artigo, que está disponível em http://www.forward.com/articles/8056, para ter uma idéia mais detalhada da pertinência do tema nos dias atuais.
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