BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


O Adjunto Adverbial: apenas termo acessório?
(Vanessa Vybb)

Publicidade
O Adjunto Adverbial:

será apenas termo acessório?



A oração é
constituída de termos que têm uma palavra principal (núcleo), em torno da qual
podem aparecer outras de menor valor.

Os termos essenciais são imprescindíveis a toda e qualquer oração,
embora haja alguns casos de oração sem sujeito em português. São considerados
termos essenciais: o sujeito e o predicado.

Sujeito é o termo que denota o
ser a respeito de quem ou de que se faz uma declaração, e o predicado é o que
se declara a respeito do sujeito.

Além dos termos essenciais,
também temos os termos integrantes (que são aqueles
que integram, isto é, completam o sentido dos verbos e nomes transitivos –
objeto direto, objeto indireto, complemento nominal e agente da passiva) e os termos acessórios (não são
imprescindíveis ao entendimento do enunciado, no entanto, acrescentam uma
informação nova, determinando ou qualificando outros termos – adjunto
adnominal, adjunto adverbial e aposto). Além do vocativo, termo que, na oração, serve para deixar em evidência o
ser a quem nos dirigimos, sem manter relação sintática com outro.

Mas, será que tais definições,
básicas, em gramáticas de segundo grau, não geram dúvidas ao aluno pela própria
questão da função desempenhada das palavras na oração?

Vejamos um exemplo em relação a
determinar a predicação de um verbo:



I)
A canoa virou.
(verbo intransitivo)

II)
Diante do
ocorrido, papai virou uma
fera. (verbo de ligação)

III)
Para servir, ela
virou o assado na travessa. (verbo transitivo direto)



A predicação de um verbo
somente pode ser determinada no contexto da frase em que ela aparece, nunca
isoladamente. Dessa forma, o verbo virar, habitualmente conhecido como verbo
intransitivo (por indicar ação e não exigir complemento) causaria conflitos na
determinação dos outros termos, na oração II e III. Por quê?

Porque, na realidade,
trabalha-se demasiadamente conceitos em análise sintática, não se atendo para o
fato da significação da palavra no contexto, o papel desempenhado pela mesma.

Assim, dificilmente, o aluno
conseguiria classificar o verbo, na oração II, como verbo de ligação, com
predicativo do sujeito; ou, na oração III, como verbo transitivo direto,
pedindo objeto direto. O que aconteceria com tais termos posteriores ao verbo,
tradicionalmente, conhecido como intransitivo? Provavelmente, seriam analisados
como adjuntos! E um predicado nominal, como na oração II, não seria percebido
pelo aluno.

Todavia será que o adjunto, no
caso, o adjunto adverbial é apenas um termo acessório na oração?

Definições de adjunto adverbial,
segundo algumas gramáticas de segundo grau:



...é o termo que, essencialmente,
modifica o verbo, indicando as circunstâncias em que se dá a ação verbal.
(Cereja e Magalhães)



...é o termo da oração que indica
uma circunstância para o verbo ou intensifica o adjetivo ou o próprio advérbio.
(Faraco e Moura)



...é o termo da oração que se
refere ao verbo, ligando-se a ele com ou sem preposição, com a função de
indicar uma determinada circunstância. (Ernani e Nicola)



...é o termo de valor adverbial
que gravita quase sempre em torno de um verbo. (Luiz Antônio Sacconi)



Em suma, enfatiza-se que o adjunto adverbial, a priori, indica uma circunstância ao verbo. O que é um equívoco, dependendo
de oração a ser analisada. É o caso, por exemplo, da seguinte oração:



A criança caiu da cama durante a noite.



Verificamos que os termos da
cama e durante a noite denotam, respectivamente, uma circunstância de
lugar e de tempo.

Levada exclusivamente pelo aspecto semântico, a gramática
tradicional igualou esses termos também sintaticamente, considerando-os ambos
adjuntos adverbiais, isto é, como termos não-argumentais, vale dizer, fora do
âmbito da regência do verbo da oração, isto é, não pedidos por ele.

Ora, basta aplicarmos o teste daredução para averiguarmos que o
termo da cama é termo obrigatório, argumental, pois pertence à
regência do verbo cair; assim, torna-se incompleta do ponto de vista sintático
(e semântico, naturalmente) a oração sem este complemento relativo:



A criança caiu durante a noite.



Já não se dá o mesmo com a
redução ou supressão do termo durante a noite:



A criança caiu da cama.



Para distinguir a identidade
designativa de circunstância, presente em da cama e durante a noite da função
sintática diferente dos dois termos, talvez fosse conveniente encontrar outra
denominação para o adjunto circunstancial que evitasse a alusão à natureza de
“circunstância”.

Se da cama é o complemento relativo do verbo cair, durante
a noite, mero acréscimo à informação, à realidade comunicada, receberá
a classificação de adjunto
circunstancial.

Portanto, definir adjunto adverbial apenas como termo
acessório, indicando uma circunstância ao verbo – um adjunto circunstancial,
pode ocasionar maiores confusões em relação ao papel desempenhado pelo mesmo em
certas orações. Uma vez que, dependendo do contexto, o adjunto adverbial não
será somente um termo acessório; mas sim, integrante ao verbo,
complementando-o, um complemento relativo. Para tanto, é fundamental uma ênfase
maior na análise da estrutura da oração, bem como não nos basearmos
exclusivamente por definições preestabelecidas, que não considerem as vertentes
que podem ser concebidas pelos adjuntos adverbiais.



Resumos Relacionados


- Analise Sintática - Verbo Transitivo

- Predicado

- Adjunto

- Analise Sintática - Predicativos

- Elemento De Analise Sintática - Objeto Direto E Indireto.



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia