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A Bestialização da Sociedade Moderna: a recriação da ignorância?
(Christian Nunes da Silva)

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A Bestialização da Sociedade Moderna: a recriação da ignorância? [i]É surpreendente a maneira como os objetos, a televisão e a mídia em geral atuam no cotidiano da sociedade, dita “moderna”. Essa atuação pode ser, muitas vezes, maléfica, devido influenciar de forma pervertida ou deturpada a atitude das pessoas. Na programação televisiva, nos “horários de pico”[ii], em que a audiência de um programa é maior, observamos a maneira apelativa que as principais emissoras de televisão estão utilizando para chamar a atenção do telespectador, como por exemplo: o uso indiscriminado de crianças influenciadas por adultos, geralmente seus pais, a falar verdadeiras bobagens para que nós, telespectadores, possamos rir, fazendo com que as crianças sejam subestimadas na sua inteligência. Posso citar diversos outros exemplos que mostram cenas de sexo explícito ou baixarias com brigas ao vivo e vocabulário de baixo calão.Apesar de todas essas apresentações de pouca vergonha – ou pouco bom senso, que deixam o telespectador alienado, ainda existem as novelas onde há poucos pobres no enredo, os que aparecem nas cenas nem podem ser chamados de pobres, pois suas casas e os objetos que possuem (carros, roupas, etc.), podem ser consideradas de nível econômico superior do que ao do pobre brasileiro que está assistindo. Além do que, existe a influência cada vez maior à prostituição masculina e feminina com o abuso das cenas de adultério. Imagine você, pai de família, a influência que uma novela dessas tem na cabeça de sua filha (o) menor de idade. Não quero com essas afirmações que o Brasil volte ao regime militar-ditatorial, onde se censurava toda e qualquer forma de oposição, porém, gostaria que na televisão brasileira, na mídia em geral, houvesse um pouco mais de ética e decência no que vai ser mostrado e um bom senso, também, proporcional ao horário em que as programações serão apresentadas, sem cair em um moralismo exacerbado.Com certeza chegamos ao fundo do poço no que diz respeito à “ética televisiva”, apresentada atualmente e que nos é imposta pelos grandes “dragões” da mídia, que criam e des-criam atores e cantores, estes últimos, muitas vezes donos de uma voz horrível que fazem sucesso com músicas sem letra e danças ridículas. Então, no momento em que você estiver na sua casa à noite ou em um domingo na frente da televisão (que a programação televisiva é paupérrima, no quesito cultura útil), ligue-a somente no horário do telejornal, tente ouvir uma música, alugue uma fita de vídeo, um DVD (que lhe possibilitem alguma aprendizagem) ou escolha o meio pelo qual a maioria está escolhendo - o meio da ignorância, da alienação, da bestialização, pois este é o caminho mais fácil de ser seguido e apreendido. No momento atual, todos os objetos e ações – ou sistemas de objetos e sistemas de ações, já possuem um discurso pré-definido, como verifica Milton Santos (1996)[iii], onde o autor observa que esse discurso atual, pré-existente ou pré-determinado nos objetos e nas ações, facilita a “recriação da ignorância” no/do indivíduo, pois esse indivíduo torna-se incapaz de pensar sobre o discurso que já existe e cada vez mais incapacitado de fazer o discurso do todo. O mesmo autor afirma em sua obra que:Os objetos têm um discurso, um discurso que vem de sua estrutura interna e revela sua funcionalidade. É o discurso do uso, mas, também, o da sedução. E há o discurso das ações, do qual depende sua legitimação. As ações necessitam de legitimação prévia para ser mais docilmente aceitas e ativas na vida social e assim mais rapidamente repetidas e multiplicadas. (SANTOS, 1996, p. 103).Voltando ao assunto da programação televisiva atual e da mídia em geral, podemos ir ao encontro, também, de um instrumento, um objeto muito utilizado por nossos ancestrais, o qual eles denominavam de “livro”, que, além de ser difícil de ser procurado e encontrado (os bons), são caros e não têm o incentivo do nosso Governo para que se tornem mais acessíveis à população, agrande maioria da população de baixa renda. Caso encontre um livro bom e barato, o que pode ser difícil, pois a qualidade, na maioria das vezes, é proporcional ao preço, desejo-lhe boa sorte e aproveite um momento em sua vida em que você pode adquirir o mínimo de cultura que não é lixo, pois nenhum livro é ruim o suficiente para que você não possa aprender nada.[i] Christian Nunes da Silva é Bacharel e Licenciado em Geografia – UFPA, Especialista em Gestão Ambiental – NUMA/UFPA. e Mestre em Geografia – CFCH/UFPA. e-mail: [email protected] , [email protected] . [ii] Os “horários de pico” são aqui entendidos como aqueles horários diários em que os programas alcançam maior audiência, à noite, esse horário é compreendido entre as 20:00 e as 22:00 h. [iii] SANTOS, Milton. Técnica, espaço, tempo: globalização e Meio-Técnico-Científico-Informacional. 2ª ed. São Paulo: Hucitec, 1996.



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