Eleições no Equador
(Laerte Braga)
Se a turma da fraude, a mesma que montou os “resultados” das eleições no México, os tais observadores internacionais e seus “peritos”, não atropelarem a verdade, o candidato Rafael Correa, de esquerda, venceu as eleições presidenciais de domingo, no Equador.Todos os institutos de pesquisa, inclusive o Gallup, norte-americano, dão folgada vantagem a Correa nas pesquisas de boca de urna. Nenhuma delas inferior a dez por cento.Correa derrota o multimilionário Álvaro Noboa, candidato do partido norte-americano e ligado a Bush e sua turma. A mulher de Noboa, eleita deputada, mora boa parte do tempo em New York onde “cuida dos filhos”.A propósito há uma obsessão entre líderes políticos em eleger suas mulheres para o Parlamento, ou indicarem as caras metades para tribunais de conta, enfim, me parece que, em alguns casos, “síndrome de Eva Perón”. O caso de Noboa é típico.Dono Noboa faz tudo para lembrar a líder argentina. Falo de aparências.Vencida a fraude e derrotado o candidato latifundiário, um dos primeiros desafios de Correa vai ser remover a base militar dos EUA em seu país. Não há sentido e nem cabimento em ter uma parte do território do Equador ocupada por militares estrangeiros.E, ademais, já compraram parte do Paraguai ao governo corrupto daquele País...A vitória de Correa, considerado amigo do presidente venezuelano Hugo Chávez soma-se à de Daniel Ortega na Nicarágua e junta-se à de Evo Morales na Bolívia. Chávez, o principal líder político latino americano ao lado de Fidel Castro (mesmo doente), deve ser reeleito para um mandato de sete anos no próximo domingo.O México, onde Lopez Obrador teve a sua eleição tungada por um tribunal que se pretende superior, mergulha em clima de guerra civil, de resistência popular. Oaxaca é um exemplo de resistência. Há cerca de um mês o povo vem sendo massacrado por tropas federais.Lula vai acabar sem alternativa no Brasil, se quiser sobreviver como líder popular. Caso contrário cai de quatro e fica com cara de Alckmin/FHC.A América Latina está repudiando nas urnas, ainda que timidamente em alguns casos, a política mundial de globalização e recolonização posta em prática pelo governo Bil Clinton com tubos e tubos de vaselina e agora com areia no estilo Bush. ALCA (Aliança de Livre Comércio das Américas) e políticas ditadas pela OMC (Organização Mundial do Comércio) são condenadas e em troca surgem propostas concretas e efetivas de aliança cada vez mais estreita entre os países da região.A ALBA (Aliança Bolivariana das Américas) é uma delas.Correa terá dificuldades. Norte-americanos não costumam aceitar sem mais e sem menos tirar as patas e garras de onde conseguem colocá-las. São primatas, mas estão montados na poderosa tecnologia da destruição e têm um presidente que “fala com Deus”.O cara foi instruído a “libertar o mundo” e espalhou milhões de profetas do neoliberalismo por todos os cantos. Desde Bento XVI em Roma, a um monte de Edir Macedo et caterva pelo resto do mundo, sobretudo América Latina e África.E transformou esse trem num negócio altamente lucrativo. Vende casa no céu, medalhinhas, CDs, enquanto vai comendo e engolindo nações inteiras.Correa, para enfrentar esse desafio vai ter que enfrentar a elite de seu país. Lógico. Elites não têm pátria. O modelo delas é o Texas. Na cabeça dessa gente é pegar o “gado humano”, ferrar e marcar, para soltar no “pasto” aos gritos de “aleluia, aleluia”.O candidato norte-americano Álvaro Noboa já disse que venceu e exibiu uma boca de urna de uma empresa especializada, por acaso, de sua propriedade.Como acontece nesses países onde os tribunais são “superiores”, as eleições só começam a ter boletins na terça-feira. É bom nunca se esquecer que Bush foi eleito presidente em cima de uma fraude no estado de Miami, governado por seu irmão Jeb Bush. E que costuma engasgar com pretzel e cerveja. Na hora agá, no entanto, Condoleezza Rice faz boca a boca e “salva”.
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