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O Alienista
(Assis; Machado de)

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O alienista – Machado continua atual em sua discussão sobre poder e loucura
Machado de Assis, embora seja um escritor do final do século 19, começo do século 20, tem uma atualidade ímpar. O Alienista tem na loucura um pretexto para discutir a formaque as pessoas usam para alcançar um certo poder na sociedade.Simão Bacamarte, o principal personagem, usa seus conhecimentos e pretensões científicas, para exercê-lo sobre todos e até mesmo aterrorizar quem tentasse de alguma forma se intrometer em seus “estudos científicos” sobre o estado de normalidade do indivíduo. Qualquer atitude poderia servir de pretexto para encarcerar alguém na Casa Verde (que acaba se transformando, em um personagem, que embora inanimado, poderoso e temido).
Sua esposa, Dona Evarista, por um certo momento, usa este exercício de poder através da manipulação e da chantagem emocional, quando vê que seus desejos não são atendidos.A retórica está presente em praticamente todos os discursos. Palavras e citações pomposas são usadas por vários personagens, sendo isso, também usado para descobrir alguns sinais da loucura dos indivíduos. O oportunismo aparece em Porfírio Canjica, barbeiro e chefe da rebelião, que após incitar os cidadãos a se revoltarem, conseguir trazer os Dragões (soldados) para seu lado, chega a ser o todo-poderoso de Itaguaí. Porém seu objetivo maior, que seria acabar com a Casa a Verde, pois achava inaceitável que muita gente estivesse encarcerada, sem qualquer motivo aparente de loucura, não é levado a cabo. O que é possível enxergar é que foi a única maneira que achou de chegar ao poder, já que pelos meios normais, jamais conseguiria uma indicação para ser um vereador local.
O uso da bajulação a Bacamarte para tentar obter um certo poder, aparece em Crispim Soares, o Boticário, que usa seu grau de parentesco e amizade para não ser prejudicado e, pelo contrário, prestar serviços à Casa Verde. Porém sua esposa nos mostra que é um grandecanastrão e falsário.
Estudando a fundo o conto “O Alienista”, encontramos até mesmo, uma aproximação da dialética marxista, quando o personagemalienista discursa que “alguma coisa lhe dizia que a teoria nova tinha, em si mesma, outra e novíssima teoria”. Na dialética marxista, dizia-se que uma tese (sistema em que se vive), se transforma em uma antítese (revolução), que novamente se transforma em tese, para ser novamente transformada por uma antítese.
O mais importante do conto O Alienista é sua atualidade pois, a discussão sobre poder e loucura estão sempre presentes em nosso dia-a-dia. Se formos analisar um por um, dos que convivem ao nosso lado, quem é normal? Quem apresenta algum sinal de alienação? Quando vemos alguém ser retirado da sociedade ou ser isolado pela sociedade, eles são normais? Ou usamos, todos, o papel de alienistas e escolhemos os que queremos que sejam normais? Machado toca nesses pontos, que se aprofundam na discussão de nossa sociedade, da época em que o conto foi escrito e da atual. O contexto histórico mostra que a humanidade continua hipócrita e, na disputa do poder, o “vale-tudo”, foi e ainda é, o que mais é usado pelo homempara atingir seus objetivos.
Os conceitos de loucura e normalidade são na verdade aquilo que o homem quer enxergar em cada um. Você é normal? Somos normais? Somente nossos interlocutores poderão nos dizer se podemos continuar nossas vidas ou se devemos ser “encarcerados em uma Casa Verde”.



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