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ELEFANTE ACAIPIRADO...
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Elefante acaipirado – Cena 1- Ribeirão Preto: adolescente, 17, classe média alta, mata o pai com uma facada no pescoço e fere a mãe com uma facada no peito. Cena 2 – Matão: estudante, 16, baleado na cabeça por um adolescente, 16, em frente a uma escola. A vítima morre dias depois. Cena 3 – Sertãozinho: garoto, 15, mata colega de escola, 14, com arma de fogo e fere menina, 9, sem motivo aparente. Cena 4 – Rincão: adolescente, 17, mata rapaz, 18, com tiro no peito. Cena 5 – Serra Azul: garoto, 15, mata jovem de 24. Motivo: cometeu o crime porque o namorado de sua irmã atirou-lhe um copo de cerveja.

São cada vez mais comuns crimes cometidos por adolescentes na Região de Ribeirão Preto e, de forma geral, nas regiões metropolitanas do país. Das cenas aqui retomadas, ao menos uma aconteceu diante de um portão de escola. O título deste texto faz menção ao filme norte-americano Elefante de Gus Van Sant; uma releitura romanceada do trágico episódio ocorrido num college (public school) em Columbine nos EUA. É óbvio que o que aconteceu em Matão é completamente diferente do que se passou em Columbine. O que há em comum é a morte de adolescentes a partir do uso de arma de fogo. Não discorreria aqui sobre como armas de fogo chegam nas mãos desses jovens. Por aproximação lógica, é possível levantar diversas hipóteses. O que não se poderia fazer, num espaço restrito como este, é forçar uma comparação entre Matão e Columbine - realidades tão dispares. O que faço eu, então? Apenas estou a reforçar uma realidade que nos passa despercebida. Na verdade, damo-nos conta dela, mas o distanciamento nos força à impessoalidade. Talvez uma comparação improvável nos force, ao menos, a encontrar a semelhança naquilo que ambos os episódios têm de mais trágico, qual seja, o apagamento de vidas em seus inícios de existência. Acredito que este esforço de reflexão nos ajude a assistir Elefante sem mergulhar de cabeça no espaço que acolhe o filme, ou seja, no seu universo particular que, via de regra, nos faz pensar o episódio como a um movimento (o filme como um todo é uma peça catártica) que é mais relevante que a conseqüência – a morte. Caso essa minha conclusão esteja complicada, deixe-me dizer algo mais: o movimento, no caso específico de Matão, dá-se por meio da notícia que nos chega via imprensa (este papel, em Columbine, coube ao filme), ou seja, “o meio”, a linguagem... O imagético propagador do evento é que, em grande medida, naturaliza-o. Como a poça de sangue não pode ser vista in-natura, mas somente impressa numa folha de jornal, ou, quando muito, eletronicamente, a morte continua e continuará sendo apenas objeto a ser observado de forma bastante impessoal.



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