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Da senzala à colônia
(Emília Viotti da Costa)

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Da Senzala à Colônia.Emília Viotti da Costa.Emília Viotti da Costa faz neste livro uma análise do processo que levou a abolição dos escravos no Brasil tendo como ambiente de estudo o Oeste Paulista e o Vale do Paraíba regiões produtoras de café em meados do século XIX: a primeira em ascendência e a segunda em decadência, características que determinaram rumos políticos diferentes dessas regiões.Para a autora o estudo da abolição na região cafeeira nas vésperas do golpe militar foi bastante significativo. Ela procura responder as questões relativas à abolição que outros autores não responderam tendo como referência a historiografia marxista brasileira como Caio Prado Júnior, Nelson Werneck Sodré e Fernando Henrique Cardoso. Com isso a autora propôs em seu trabalho uma interpretação materialista, sim, mas dialética do processo de transição do trabalho escravo ao trabalho livre.Com a necessidade de mão de obra para trabalhar nas lavouras de café no Vale do Paraíba e Oeste Paulista, os fazendeiros incentivaram o tráfico de escravos. Mas o século XIX, ficou marcado pela pressão inglesa afim de acabar com este negócio que estava prejudicando o consumo de produtos manufaturados. Devido esta pressão, as autoridades brasileiras aos poucos foram criando leis antiescravistas que tinham muita resistência por parte dos fazendeiros. A lei que proibia o tráfico de 1950 fez com que os fazendeiros recorressem a compra de escravos de outras regiões do país e a imigração de europeus. Este foi requerido principalmente no Oeste Paulista, zona pioneira, onde o escravo não supria a mão de obra necessária. Primeiramente foi estabelecida uma relação de parceria com os imigrantes, mas não deu certo devido ao endividamento do imigrante com o fazendeiro que além de ter que pagar sua viagem para o Brasil, tinham que esperar a sua lavoura de café produzir para iniciar o pagamento de sua dívida acumulada pela mercadoria que comprava no armazém do fazendeiro a autos custo. Este sistema acabou desanimando muitos imigrantes que abandonaram as fazendas e foram para as cidades aumentando o trabalho livre na mesma.Já no final da década de cinqüenta o sistema de parceria é substituído pelo trabalho assalariado que era mais vantajoso para o imigrante, pois estes sabiam que iriam receber em dia certo independente das oscilações de mercado e da venda do café. Para o fazendeiro também era vantajoso, pois o salário pago a um imigrante custava menos que os gastos com um escravo. O transporte foi outro problema na região cafeeira, segundo a autora, pois com a deficiência do mesmo (transporte através de muares e carretas sujeitas à intempérie e as mas condições das estradas), aumentava o custo da produção que só foi melhorado com a chegada da ferrovia.A referida autora trata de mostrar como era a vida dos escravos tanto na zona urbana quanto na rural e suas relações com o senhor. O escravo da zona urbana prestava serviços à terceiros e entregava o dinheiro a seu dono que cobrava uma tacha do escravo. Este tinha mais facilidade em se reunir e realizar seus rituais e festas (geralmente escravos da mesma nação), que foram se moldando as novas condições encontradas aqui no Brasil. Na zona rural o escravo era tratado de uma maneira mais repressora. O senhor tinha plenos poderes sobre os escravos, que trabalhavam exaustivamente até altas horas da noite. Como medida tomada pelo senhor a fim de tornar os escravos obedientes e evitar conflitos nas fazendas destaca do texto a proibição de reuniões e concentrações de negros que falassem a mesma língua, além do uso da religião, que ssa doutrina caracterizava, em suma, o pensamento da Igreja, ajustada à realidade social vigente, pactuava com a classe senhorial procurando realizar seu papel de mediadora na tentativa de eliminar os conflitos e atenuar as tensões. A violência era também muito praticada nas fazendas, devido a ausência de fiscalização, os fazendeiros tinham plena liberdade para punir seus escravos. Utilizavam váriasformas de castigo para com o escravo, chegando afirmar a autora que os escravos eram marcados com ferro em brasa como identificação.Ela relata ainda a abolição e a questão do processo de formação da consciência emancipadora.Com a revolução industrial, as idéias antiescravistas começaram a ser fundamentadas na incompatibilidade do trabalho escravo com a industria. Os escravos rendiam muito menos que o trabalhador livre, pois aquele trabalhava sem estímulo, o que tornava o trabalho menos produtivo. Além da industria, a urbanização a partir da segundo metade do século XIX, também esta ligado ao movimento abolicionista, tanto que a maioria dos abolicionistas pertencia a classe média, formada por comerciantes e profissionais liberais ambos residentes nas cidades.A autora também trata nesta terceira parte das leis do Ventre Livre e do Sexagenário. Leis estas que foram medidas tomadas em função de protelar a abolição e mesmo assim tiveram dificuldades em serem aprovadas.A aprovação da Lei Áurea, apenas foi uma oficialização do processo de abolição, pois em vários estados os escravos já tinham ganhado liberdade e no Vale do Paraíba no Oeste Paulista, algumas cidades também já tinham emancipado seus escravos. Os senhores já não tinham mais controle de seus escravos que abandonavam as fazendas e iam para as cidades. Estes, devido as suas condições históricas e sociais, ficaram marginalizados, povoando as periferias e formando as favelas que se mantém até os dias atuais.



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