tribos urbanas e territorialidade
(Fábio Salgado Araújo)
Este trabalho é uma contribuição ao entendimento da importância do funk, de suas implicações na construção da identidade e suas relações com o território. Desprovidos da assistência básica do Estado e culpado pelos males que afligem o cotidiano urbano, os jovens da periferia constroem sua identidade baseada nas suas relações de apropriação do território, mesmo que seja se forma simbólica e transitória. Assim o território urbano transforma-se numa guerra espacial, e os funkeiros despojados e desprezados respondem com ações próprias na tentativa de tornar audíveis suas reclamações levando sempre a uma fragmentação do território.
O espaço social urbano é caracterizado por inúmeras fragmentações e conflitos contra a tentativa homogeneizadora da globalização. O espaço social no Brasil é claramente demarcado e segregado onde os jovens da periferia, desprovidos de assistência básica do Estado; discriminado e culpado pelos males que afligem o cotidiano urbano; estes encontram no espaço, principalmente através da musicalidade, uma forma de responder a essa sociedade que a exclui. Entender como os jovens da periferia lutam por melhores condições é entender que isso não se dá em um único contexto, mas em uma série de contextos diferentes. Nesse trabalho, procuramos fazer uma abordagem sucinta sendo prudente ao tratar de uma realidade tão complexa como essa manifestação sociocultural em que os jovens redescobrem novas formas de territorialidade.
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