Resumo de Saddam Hussein - Henrique Jorge

A execução de Saddam Hussein do Iraque é a retribuição da história para um ditador que não dava o menor crédito às leis, à justiça e aos direitos humanos. Sua vingança genocida contra os curdos e a intimidação contra os shias permanecerão como uma mácula na história do Iraque. Se não fosse pela invasão do Iraque, por razões dúbias, é claro, Saddam ainda poderia estar até hoje no poder e seu regime de medo poderia ainda estar assombrando esse país. A justiça é para todos, mas o que diz respeito a direitos humanos, na caso de Saddam, é zero. Todas as notícias a respeito da legitimidade do seu julgamento não podem ofuscar seus atos. A subida ao poder deste ditador deveu-se principalmente a conflitos tribais e ele estabeleceu seu poder ao lotar o governo com pessoas do clã de Tikrit, sua terra natal. Seus seguidores leais faziam o trabalho sujo, incluindo espionagem dentro do país e extinguindo todas as formas de resistência nas bases. O Partido Socialista Baathis, ao qual pertencia, era, na verdade, seu feudo e o único fator de redenção era sua posição neutra e afastada com relação a religião e sectarismos. Tariq Aziz, o antigo ministro das relaçoes exteriores, era um cristão e mesmo assim ganhou de Saddam apoio por causa de sua total e submissa lealdade. Era tudo que Saddam queria: faça o que eu digo e estará seguro. O culto a sua persoanlidade era vergonhosa e repulsiva e ainda se considerava um novo Nabucodonozor da Babilônia. A maneira como ele atraiu de volta seu genro, que havia fugido para a Jordânia, e depois o assassinou, foi desprezível. Este genro por acaso passou a lidar com os armamentos e sabia demais para ser deixado vivo e soltando notícias. O Iraque é o quarto maior país produtor de petróleo e todos os sinais de prosperidade durante Saddam foi devido a isso. Existe uma controvérsia sobre se os shias ou os curdos tiveram alguma participação nisso tudo. As duas comunidades são nativas da região, principalmente os curdos que tinham mais afinidade política com a Turquia. O partido de Saddam viam os curdos como forças de sucessão e por isso lhe negavam direitos econômicos e políticos. As prioridades de Saddam sempre foram a aparição do Iraque como um país superior na Ásia Ocidental sob uma camuflagem pan-árabe e os conflitos na Palestina surgiram bem em tempo. Isso possibilitou sua tentatia de isolar a Arábia Saudita (pró USA) e o Kuwait, fazendo com que os vizinhos entrassem na corrida em torno dele mesmo. Mas a Jordânia, Turquia e Irã nunca morderam essa isca por razões próprias, deixando Saddam se contorcendo. A divisão shia-sunni tem criado muitas tensões na Ásia Ocidental desde a subida de Khomeini no Irã. Com o apoio americano Saddam estava se sentindo encorajado a entrar no sétimo ano de guerra com o Irã, com o qual o Iraque tem umalonga fronteira. Guerra que custou milhares de vidas e uma enorme fardo econômico

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