Resumo de Agressão na escola - Anita Matos Santana

Agressão nas escolas
Em qualquer conversa entre docentes ou reuniões escolares, de modo geral, um dos assuntos pautados e recorrentes é a agressividade dos alunos aos professores e aos próprios colegas no âmbito do estabelecimento de ensino. Atônitos com a crescente estatística que o problema vem alcançando é muito comum os profissionais da educação serem surpreendidos por sentimentos de impotência para lidar com essa problemática.É óbvio que outros enfoques são igualmente importantes como o fracasso e a exclusão escolar, mas a agressividade dos alunos é algo preocupante e motivo de muita inquietação de todos educadores.Determinadas situações de agressividade, vivenciadas dentro da escolar, percebemos que são reflexos, reprodução ou até mesmo devolução da violência sofrida no ambiente familiar da qual a criança é a primeira vítima. Quando um educando agride o professor ou até o próprio colega, quer seja de forma verbal ou corporal, pode estar respondendo a várias situações. Os atos agressivos são vistos sob determinadas particularidades que acompanham os fatos, e não podemos generalizar suas causas. Cada caso deve ser estudado e analisado de forma isoladamente. . No âmbito da psicopedagogia, essas atitudes podem ser analisadas de forma, hipoteticamente, sobre diversos aspectos: às vezes uma simples agressão na forma de indisciplina, na sala de aula, pode estar sendo usada como reflexo de alguns fatores como: o aluno pode usar a agressão como um recurso contra o autoritarismo do professor, um olhar cruel, ser humilhado diante da classe, um ato de ignorar ou ridicularizar ou qualquer tipo de atitude em que o aluno sinta desrespeitado, ou seja, tudo que leve o aluno a temer o ridículo e a sentir sua auto-imagem desqualificada ou denegrida diante dos demais colegas.Um dos pontos que podemos analisar é a transferência dos problemas existentes entre os adultos da casa. Quando a criança chega à escola leva toda experiência vivenciada na família. Nesse caso, há uma transferência da agressão da figura materna ou paterna para o professor. Para a criança é mais fácil extravasar sua agressividade, suas frustrações, ódio no professor, nos colegas ou mesmo em outro membro da comunidade escolar; em função dessa agressividade ser menos ameaçadora para ela, uma vez que os laços são menos afetivos, intensos e angustiantes, pois se trata de pessoas fora do ambiente familiar.Outro fator causador da agressividade na escola é uma situação de desequilíbrio emocional, ou seja, perder a serenidade do clima familiar: a perda de um parente próximo, pai, mãe, irmão ou um amigo querido etc.ou até mesmo uma transferência de escola na qual a criança não se adaptou.Vamos analisar a problemática também através de outro anglo o qual acredito que seja o mais crítico, e o causador potencial das agressões no ambiental escolar: vivemos em uma sociedade, cuja desigualdade social, por si só, já é agressiva, que não oferece oportunidades a todos; essas crianças presenciam o desespero dos pais pela sobrevivência com dignidade e decência; as carências afetivas e os desejos compulsivos do consumismo, que a sociedade exige; gera, portanto, um comportamento daquele que não se acomoda, mas se rebela contra, até mesmo, de certa forma, inconsciente. Sem contar com a falta de perspectiva de profissão, da inserção no mercado de trabalho desses futuros adultos.Diante desses fatos, não quero dizer que a psicopedagogia justifica a violência no ambiente escolar, pois a escola é o proposto gerador da paz, da valorização do homem na educação e no afeto que se inter-relacionam no espaço escolar, todavia a sociedade contribui com grande parte para esse comportamento. (Anita Matos Santana)

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