| A união do corpo com a alma - Capítulo 5: Immanuel Kant
 (Pablo Silva Machado Bispo dos Santos)
 
 
 Este é o quinto resumo da série de filósofos que selecionei com o intúito de demonstrar diferentes posições em filosofia a respeito da questão da união do corpo com a alma. Neste, iremos mergulhar no universo da filosofia Kantiana, tão pródiga em estabelecer relações com os conceitos empíricos quanto eficaz em engendrar especulações puramente racionais acerca da metafísica.O Dr. Immanuel Kant, filósofo que (entre outras coisas) se tornou célebre por nunca haver deixado a cidade alemã de Könisberg nos legou um vasto patrimônio de obras. Em Português temos poucas traduzidas (eu mesmo estou em meio à tradução de uma obra que, quando terminar tentarei colocar o resumo aqui mesmo no Shvoong), porém algumas são bastante famosas, e, diga-se de passagem não são inteligíveis com facilidade para os neófitos na filosofia. Dentre as obras traduzidas em Português, algumas são realmente imprescindíveis para a compreensão do pensamento Kantiano:  Crítica da Razão Pura, Crítica da Razão Prática e Crítica da Faculdade do Juízo.  Nestas três críticas iremos ver a longa demonstração de Kant a respeito das condições do entendimento humano e das relações deste conhecimento com o universo (em breve apresentarei uma síntese aqui no shvoong destas três obras).
 Indo um pouco mais em direção ao tema desta série de artigos, podemos dizer que a questão da junção da alma com o corpo já surge na primeira das três críticas (Crítica da Razão Pura). Neste livro, Kant realiza uma explanação a respeito das possibilidade de entendimento da alma humana, bem como dos limites(e possibilidades) impostos pelos sentidos corporais. Distingue dois sentidos internos, identificados como estruturas "a priori" (prévias à experiência individual e, portanto, inatas), a saber: tempo e espaço. Além destes sentidos, coloca uma faculdade humana chamada Razão Pura, a qual nos permite organizar as percepções e sensações sem necessariamente depender do auxílio dos sentidos.   A razão pura para Kant é uma faculdade inteiramente pertencente à esfera da alma. O autor indica ainda que a alma subsiste na interação entre o corpo e a faculdade por ele denominada Apercepção transcendental. Esta faculdade, seria o móvel da razão pura, ejuntamente comos sentidos de tempo e espaço seriam os elementos de união da alma com o corpo. Deste modo, podemos concluir que a Razão Prática (estruturadora do Senso Moral) e a Faculdadedo Juízo (responsável pelo senso de igualdade e diferenciação) seriam elementos de segunda ordem, surgidos com a experiência concreta do homem, e necessários para que este entre em relação com o seu meio.
 Assim, em Kant iremos encontrar uma metafísica que propõe que o conhecimento acerca da natureza insubstancial da alma, e dos mecanismos de junçao com a matéria são impossíveis de se colocar em uma demonstração empírica por serem conceitos puros do entendimento, não sendo então possível a ninguém efetuar uma verificação sistemática e universalizável acerca da junção entre alma e corpo, ainda que seja indiscutível na filosofia kantiana, a existência de tal ligação.
 No próximo resumo da série, investigaremos a questão da junão da alma com o corpo na fenomenologia de Gaston Bachelard. Agradeço ao leitor atento e interessado em filosofia que vem até o shvoong prestigiar tais textos, e dedico mais este ao Dr. Magnus Amaral Campos, com a esperança de que estes breves esclarecimentos possam iluminar o aspecto sombrio de seus dias amargos e de sua luta inglória contra todos os que com ele não concordam.
 
 
 
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