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História do Rei Transparente
(Rosa; Monteiro)

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A renomada escritora espanhola Rosa Monteiro,por sua paixão pela Idade Média compôs essa espécie de fábula medieval, como diziam algumas críticas por aí. E as opiniões têm sido unânimes em apontar o livro com um “conto sobre as coisas essenciais da vida”. Não questiono a genialidade da autora, nem a qualidade da obra, mas após ler, senti que alguma coisa faltava. A começar, não entendi a obra como uma fábula medieval, mas como uma mistura de romance histórico e crônica feminina, com grandes propensões para o fantástico, embora nenhum elemento acabe verdadeiramente fugindo da realidade. Mas inegavelmente, ele se posiciona no extremo limite entre o real e o imaginário. E quando digo que é um romance feminino, não somente porque a autora é mulher, mas porque a protagonista, que também é a narradora, é mulher também, e o feminino acaba entrando em conflito contra o masculino (e contra si mesmo) em vários trechos da narrativa. Uma parte curiosa fala que Leola, a heroína da história, após se disfarçar de cavaleiro e enfrentar muitas batalhas, acaba sangrando entre as pernas – mas não o sangue da guerra, e sim o da menstruação. E também não podemos negar que o romance feminino, pela sua forma completa de se manifestar, acaba se tornando um gênero próprio dentro da literatura. No livro, elementos como a consciência da condição de mulher e a forma como elas sentem o mundo estão presentes o tempo todo. Apesar de não avaliar como uma fábula (talvez por considerar o texto profundo e completo a ponto de não ter a simplicidade das fábulas), vejo no livro uma aproximação com os contos de fadas: a heroína sofre uma transformação e encara grandes obstáculos em seu caminho pelo auto-conhecimento. E a moral que a obra tenta esquadrinhar acaba um tanto vaga, mas apenas de certa forma. O enigma que dá nome ao livro, o do Rei Transparente, não tem o objetivo de ser decifrado pela protagonista, nem explicada pela autora, mas interpretada pelo leitor, e acaba se tornando o significado da história em si. Ainda assim, o tema e a trama acabam não se encaixando um com o outro como o leitor espera após se deparar com o título, e a história do Rei Transparente acaba aparecendo raramente dentro do enredo. Pois a trama gira em torno de uma grande reflexão de consciência sobre o mundo dos homens (no sentido geral, não sexual), que é descoberto por Leola após sair de seu universo ínfimo de plebéia e viajar a França vestida como guerreiro. E exalta acima de tudo as grandes transformações que o mundo sofria no século XII, que deram origem ao Renascimento e ao pensamento humanista, e que ainda eram contrastados pela predominância religiosa, em grandes frutos apodrecidos como a Inquisição e as Cruzadas, muito bem criticados pela autora.



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