Portugueses consomem sal a mais e industrialmente empobrecido
(Lusa)
A nutricionista Ana Carvalhas defendeu recentemente numa conferência sobre o tema O Sal e a Saúde, promovida pela Universidade de Aveiro, que o sal é importante para a saúde, desde que o seu consumo seja regrado, mas lamentou que o sal de qualidade esteja a ser trocado pelos portugueses por sal industrial empobrecido. Importa salientar que o sal é cloreto de sódio, correspondendo a 40 por cento de sódio e 60 por cento de cloro, sendo que de acordo com aquela especialista,o sódio tem um papel activo na absorção de outros nutrientes no intestino delgado, e é o maior electrólito extracelular regulador do equilíbrio hídrico, do pH, da pressão osmótica e importante na transmissão do impulso nervoso. O cloro, por seu turno, protege o equilíbrio ácido-base, auxilia a absorção do potássio, entra na formação do ácido clorídrico do estômago e aumenta a capacidade de transporte do dióxido de carbono dos tecidos para os pulmões. Apesar da sua importância para o equilíbrio do organismo, o sal é consumido em exagero pelos portugueses, que segundo Ana Carvalhas, ingerem em média 12 gramas por dia, quando o valor adequado se situa entre as três e as quatro gramas diárias. A ingestão excessiva de sal pode fazer subir a tensão arterial, aumentando os riscos de acidente vascular cerebral e doença cardíaca, provocar o cancro de estômago, insuficiência renal, enxaqueca e outras cefaleias, inchaços, pernas entumecidas e turgescência de veias e capilares, além de que promove perdas de cálcio, agravando a osteoporose, descreve Ana Carvalhas. Por outro lado, de acordo com a nutricionista, cada vez mais se consome comida industrializada, que já tem sal escondido na sua composição e existe o mau hábito bem português de ainda polvilhar com sal os alimentos depois de confeccionados, aumentando desta forma a ingestão diária de sal. A agravar a situação provocada pelos excessos, o sal que em geral é consumido em Portugal e processado industrialmente, perdendo características nutricionais, durante o processo de lavagem a que é sujeito. De acordo com Ana Carvalhas o sal refinado é lavado e consequentemente empobrecido, sendo depois enriquecido com aditivos químicos de compensação, em quantidades não fisiológicas, prejudiciais. Há sal e sal. O simples cloreto de sódio, não se compara nem nas qualidades nem em sabor; ao sal marinho tradicional, esse sim, o verdadeiro sal de cozinha extraído das salinas tradicionais. Segundo Ana Carvalhas, Portugal está a consumir sal de inferior qualidade, quando tem as características climatéricas ideais de Sol, vento e temperatura, para produzir um sal de propriedades únicas, ou seja a flor de sal, que é extraída de uma fina camada de cristais que se forma à superfície das salinas e é constituída por aglomerados de microcristais facilmente desintegráveis, com a vantagem de que não sofre qualquer tipo de processamento, pelo que é um sal emabalado directamente após a colheita.
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