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Dr. Jivago
(Boris Pasternak)

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A vida ideal do Dr. Jivago contrasta com os horrores da guerra e da revolução à sua volta: ‘a dura lógica da exterminação mútua’. Como médico ele é diariamente confrontado com ‘sobreviventes a quem a técnica moderna da guerra transformou em pedaços de carne mutilada’. As atrocidades dos Vermelhos e dos Brancos rivalizam-se em selvajaria.
Após os Vermelhos terem ganho a guerra civil, ‘a velha opressão do estado czarista foi substituída por um jugo mais duro do super estado revolucionário dirigido por profissionais, os Bolcheviques, e os seus falsos simpatizantes, informadores e intriguistas.
As suas políticas marxistas são severamente criticadas: ‘O Marxismo não é mestre para si próprio. As pessoas vulgares estão ansiosas de testar as suas teorias na prática, de aprender através da experiência, mas os que detêm o poder estão tão ansiosos em estabelecer o mito da sua própria infalibilidade que viram as costas à verdade’.
O Dr. Jivago com a sua mente independente e o seu amor pela humanidade compreende que nada pode ser ganho da violência: amigos de infância lutam entre si em nome da sua verdade, ‘o homem é um lobo do homem’; ‘estranho encontra-se com estranho e é morto por medo de ser morto’.
Sob o sistema totalitário, ele sente amargamente ‘a perda da fé no valor da opinião pessoal. Em vez de ser natural e espontâneo, algo artificial, forçado, rastejou para a nossa conversa; a falsidade rastejou para as nossas vidas’.
O livro de Boris Pasternak é uma meditação profunda sobre a vida e a morte, amor e ódio, dedicação pessoal e ideologia de massas, liberdade e escravidão, guerra e paz. O destino das personagens principais e a relação das suas vidas com os infortúnios provocados pela guerra, revolução e totalitarismo são magnificamente pintados e despedaçam o nosso coração.
Esta obra magicamente escrita e brilhante é uma obra-prima eterna. Contrasta agudamente com a extrema vulgaridade da campanha anti-Pasternak na Rússia após Pasternak ter ganho o prémio Nobel.



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