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As Paixões da Alma
(René Descartes)

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No livro As Paixões da Alma de 1649, o filósofo francês René Descartes procura entender os sentimentos das paixões e tirar conclusões éticas a respeito. Descartes acredita que o que os antigos escreveram sobre as paixões não é merecedor de crédito. Promete afastar-se de tudo que eles escreveram sobre as paixões e tratá-las de uma forma inédita. Propôs que, para conhecer as paixões da alma, é preciso distinguir entre suas funções e as do corpo. A alma está unida ao corpo, não havendo algo que esteja mais diretamente ligado ao corpo do que a própria alma. O que na alma é uma paixão no corpo é habitualmente uma ação. A regra para perceber as diferenças que existem entre o corpo e a alma dá - se do seguinte modo: tudo que observamos, sentimos em nós e em corpos inanimados deve ser atribuído apenas ao corpo (e será sempre uma ação) ao passo que tudo o que observamos existir em nós e que não concebemos como pertencentes a um corpo deve ser atribuído a alma (e será sempre uma paixão). O corpo não pensa. A alma é pensamento e o corpo é somente extensão. O calor e os movimentos que existem em nós não dependem do pensamento e pertence somente ao corpo. A morte não ocorre pela falta da alma, mas, pelo fato de as principais partes do corpo se corromperem, desestruturando o encadeamento mecânico e cessando o princípio do movimento. Os movimentos dos membros dependem dos músculos os quais são opostos uns aos outros. Todos os movimentos dos músculos e dos sentidos dependem dos nervos que são parecidos a filetes ou pequenos tubos que provém do cérebro e que contem um certo ar ou vento chamado por Descartes de espíritos animais. O movimento do coração tem como efeito dilatar o sangue de suas cavidades. Toda vez que entra sangue novo o batimento e/ou movimento cardíaco se “reitera” rarificando e/ou dilatando o sangue e movimentando -o por todas as artérias. Por esse meio ele transporta o calor que adquire no coração por todas as partes do corpo e lhes serve de alimento. As partes do sangue mais vivas e mais sutis refeitas pelo calor no coração entram em grande quantidade nas cavidades do cérebro. De todo o sangue que sai do coração, entram apenas as partes mais ligeiras no cérebro, que compõe os espíritos animais. O restante se espalha pelo corpo. Esses espíritos animais são corpos minúsculos que se movem muito rapidamente. Não se detêm em lugar algum e, a medida que uns entram outros saem gerando o movimento. O fato de um músculo se encurtar para gerar o movimento é que vêm mais espíritos animais do cérebro para ele do que para outro. Os que saem do cérebro, por si sós não movem os músculos, mas impulsionam os espíritos já existentes nos músculos a sairem, os quais são em muito mais quantidade e que entram em outro músculo fazendo com que este se torne mais rígido enquanto àquele se dilata gerando, consequentemente, o movimento. Os espíritos animais são diversos em suas partes e desiguais em sua agitação, o que contribui para que sejam conduzidos diversamente para os músculos. O sangue, que dilatando-se menos ou mais fortemente, produz espíritos dispostos diversamente. Esses espíritos animais cumprem a trajetória: objeto - cérebro -coração - emoção. Descartes classifica as nossas vontades em dois tipos: as ações da alma que terminam na própria alma e as ações que terminam no próprio corpo. Também, as percepções são de dois tipos. E umas têm como causa a alma, outras têm como causa o corpo. Nós nascemos condenados a sentir paixões. E essas paixões são de tal forma causadas, alimentadas, e fortalecidas pelos espíritos animais. Descartes conclui que; apesar de estarmos condenados a sentir paixões, podemos controlá-las. E o controle dessas paixões é uma questão de método.



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