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Cenas da vida
(Rubem Alves)

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RESENHA

Autor: Alves Rubem
Obra: Cenas da vida, São Paulo: Papirus, 1997.
Mineiro de Boa Esperança. Viveu em Campinas, Lavras e Estados Unidos onde doutorou-se em Teologia, no seminário. Professor na UNICAMP é também filósofo, psicanalista e escritor. Escreveu vários artigos e obras como as crônicas: O retorno eterno, O quarto do Mistério, Sobre o tempo e a eternidade, A festa de Maria.
Os infantis: “A menina e o pássaro encantado”, “A pipa e a flor”, “O passarinho engaiolado”. Os quatro primeiros foram editados pela Papirus e os outros pela Loyola.
A obra de Rubem Alves inicia com a página de rosto em forma de partitura musical. Ele mesmo refere à sua intenção baseado em Schumann e Nietzche, de criar, através de pequenas peças vívidas, hinos de pura beleza, poesia, uma filosofia translúcida de amor aos homens e à natureza. Ser poeta é ser criança. Poeta não é necessariamente quem escreve poesia, mas aquele que é capaz de encontrar seu pedaço de mica. Reviver o encantamento dos grandes prodígios da natureza e da fé - celebrando o nascimento do Cristo com sopa de fubá, pão e vinho em Cenas Infantis. O tateador de almas fala de3 temores, fome de viver, o terrível anseio animal de todos. A falta de desejos, a saudade, música, inveja, solidão e a única certeza que temos: a morte, em Cenas da Alma. Entre as duas cenas uma perpassa, transformando a criança que fomos ou somos em produtos fabricados na escola. Esta sem dúvidas é a mais triste de todas, pois com paciência e destemor, vai trancando no corpo infantil, todas as fantasias e o prazer de viver simplesmente por viver, pelo simples gozo de se estar vivo.
Como um músico de palavras que se diz ser, Rubem Alves vai construindo de forma tranqüila o pano de fundo de sua poesia, a música solo de sua composição e desfraldando adiante de nossos olhos cenas simples. Cenas aonde a perspectiva do pastor, psicanalista, professor, filósofo e poeta vai entremeando as lembranças afetivas da criança que procura manter em si mesmo. Da mesma forma os sentimentos – míseros- que a alma sente ante tão diferentes situações que passamos pela vida. O importante é não fugir delas. Ter coragem e fome de viver e teimar, mesmo diante das adversidades e da intenção de instituições, como a Escola, em nos transformar em repetidores eternos de vidas que não a nossa. Intenção de tirar a alegria e a beleza do aprender com o que se tem de mais valioso: o prazer. Por isso diz o autor a tarefa do professor é a de mostrar a pitanga. Comê-la diante dos alunos. Provocar a fome. Erotizar os olhos. Fazê-los babar de desejos. Acordar a inteligência. Engravidar a cabeça com idéias e...Tentar segurar o corpo! Quando se tem maior contato com as obras do autor fica mais fácil de entender suas análises filosóficas e literárias. É agradável sentir e perceber as diferentes facetas de um brasileiro que foi ao estrangeiro está paulista e, entretanto jamais abandonou o modo calmo e tranqüilo do mineiro de sentir a música do viver. O autor afirma que não basta ter a!faca e o queijo” é preciso antes de tudo ter fome, desejo, busca constante daquele sonho que somos nós mesmos. Na obra ele fala bastante de Adélia Prado e com ela faz uma releitura do mineiro atual(?), onde cada elemento tem o seu porquê na vida cotidiana das Minas Gerais. È preciso conhecer os dois, isto é, conhecer um pouco de suas obras para compreender o que lhes vai pelas almas. Como professores que somos, urge aprendermos o prazer de ensinar e darmos a nossos alunos à vontade de saborearem o desatino incalculável do sabor da aprendizagem. São cenas, pequenas, como o autor se dispôs apresentar em seu prefácio. Nessas pequenas gotas de vida ele, e nós, vamos construindo um jeito especial de ser e pensar.



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