A sedução e o casal – uma via de mão dupla
(Jane Maria Correa)
A visão do sistema do casal nos ensina que a sedução funciona não de uma forma linear – do homem para a mulher – o que configuraria papéis antigos e ultrapassados – e sim de um modo circular, no qual dois se envolvem no mesmo jogo amoroso. Colocar a mulher como passiva e o homem como “caçador” não representa a realidade. Eles se influenciam mutuamente sendo que qualquer um dos dois pode iniciar o processo de sedução, o que pode ocorre simultaneamente. No primeiro momento, prevalece o desejo de fusão, ou seja, a busca da complementação, do “dois em um” – quando aquela pessoa nos torna plenos e completos, preenchendo a falta ou incompletude inerente a todo ser humano. A paixão propicia o sentimento imaginário de que isto é possível, pois o outro tornou-se parte de nós mesmos, refletindo como um espelho, uma imagem idealizada. Este estado de fusão ou paixão libera no cérebro neurohormônios, o que traz uma grande sensação de felicidade. Aos poucos esta sensação de plenitude vai arrefecendo aos poucos com a percepção da existência das diferenças individuais. Um não vê mais no outro o seu espelho e a decepção é inevitável. Este é um momento muito delicado na vida do casal. Os parceiros podem vivenciar sensação de abandono, traição, vazio e perplexidade, por não encontrarem mais no outro o estado anterior, e ressentirem-se disso. As dificuldades do relacionamento tendem a acirrar-se neste ponto e a ajuda especializada do terapeuta pode fazer-se necessária ajudando-os a ultrapassar e superar a decepção, e conseguir conviver como sujeitos diferenciados que se amam e usam as diferenças como fator de enriquecimento e complementação dentro de sua relação.
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