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Regeneração Natural em Fragmentos Florestais
(Diversos)

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A expansão das fronteiras agropecuária e urbana, na região sudeste do Brasil teve como uma de suas características o desmatamento indiscriminado, que alterou significativamente a paisagem original, fragmentando-a e restringindo-a a manchas ou fragmentos das florestas nativas. (AMARAL,1993)

Uma floresta natural interrompida por barreiras antrópicas que diminuem o número de animais, pólens e sementes, e espécies em geral, é denominado fragmento florestal onde características específicas, distinguem da floresta natural pela qual se originou. A vegetação nas bordas passa a ser diferente e modifica as espécies pioneiras, a biomassa geral, a mortalidade e a presença de cipós.

Um fragmento não pode ser considerado uma amostra da comunidade original. Os distúrbios decorrentes da fragmentação de um ambiente florestal antes contínuo, como alterações no microclima e na estrutura física do fragmentos, tem como a conseqüências mudanças na composição taxonômica e demográfica da espécies remanescentes (RANKIN-DE MERONA& ACKERLY, 1987). Tamanho da área, perda de heterogeneidade ambiental, interferências dos habitat ao redor do fragmento, efeito de borda, e extinções secundárias (WILCOVE et al., 1986) são sem dúvida conseqüências da fragmentação que vão levar algumas espécies a extinção certa. Pode ocorrer rompimento de importantes interrelações inter-sepecíficas, como predador-presa, planta-polinizador, parasita-hospedeiro (GILBERT, 1980; TERBORGH & WINTER, 1980; citados por WILCOVE et al., 1986) e a invasão de espécies agrícolas (JANZEN 1986) e daninhas.

A fragmentação florestal tem como principais conseqüências a intensificação do efeito de borda, o baixo número de espécies, o grande número de espécies raras, bem como a presença marcante de cipós (VIANA et al., 1992). O efeito de borda é definido, por FORMAN & GODRON (1986) como uma alteração na composição e ou abundância relativa de espécies na parte marginal de um fragmento. Os processos biológicos relacionados à fragmentação iniciam-se na borda do fragmento, as primeiras mudanças como luminosidade, velocidade do vento, umidade e temperatura, são sofridas pela borda. O aumento do número de espécies de cipós, por exemplo, se dá com o aumento de luminosidade na borda.

Ainda que um fragmento em um determinado momento possua uma população de uma determinada espécie, isso não é garantia que ela não esteja sofrendo um processo de extinção local, em função de problemas que afetem sua taxa reprodutiva (RANKIN-DE-MERONA & ACKERLY, 1987). As espécies que restarão, após a interferência inicial, e, se for o caso, após um novo equilíbrio ser atingido, dependem da sua capacidade de suporte (LEWIN, 1984) e outras características, como as potencialidades das espécies envolvidas (WILCOVE et. al., 1986). O restabelecimento das espécies extintas do local é cada vez mais difícil, na medida em que as reservas se tornam cada vez mais isoladas, e mais distantes umas das outras e do ambiente originário (JANZEN et. al., 1986; FORMAN & GODRON et. al., 1986).

A compreensão dos ciclos silvogenéticos, e a determinação das ecounidades de uma comunidade florestal ( ENGEL, 1993) permitirá um manejo adequado evitando assim um desbalanceamento das ecounidades. O tamanho de uma área é um fator importante para a sua conservação. Vários autores defendem a necessidade de preservar áreas as maiores possíveis, como estratégia de conservação de ambientes naturais (JANZEN, 1986; WILLIS, 1984; LOVEJOY et al., 1986), enquanto outros sustentam a possibilidade de conservação destes ambientes em pequenos fragmentos (SIMBERLOFF, 1982). No caso da floresta mesófila semidecídua do interior paulista, não há escolha entre grandes e pequenos fragmentos, apenas a opção de se conservar as florestas que restaram. Devemos manejá-las para preservar sua biodiversidade e estrutura, ou corremos o risco de termos, em um breve futuro, um grande número de capoeiras degradadas espalhadas pelo estado, ao invés das poucas florestas que ainda temos hoje.

AMARAL, W., A., N., do; Efeito da Fragmentação da Paisagem na Biodiversidade de Ecossistames Florestais. UNESP-Botucatu, SP, 1993.

ENGEL, V. L. Silvigenese dinamica de fragmentos florestais e a conservação de florestas tropicais. Série Técnica Florestal 1(1). UNESP Botucatu. 1993.

FORMAN, R. T. T. & GODRON, M. Landscape ecology. John Wiley & Sons. New York. 1986.

KAPOS, V. 1989. Effects of isolation on the water status of forest patches in the Brazilian Amazon. J. Trop. Ecol. 5:173-185.

KRAMER, P.J. e T.T. KOZLOWSKI. Fisiologia das Árvores, tradução A.A.A. GOMES, Lisboa, Caloste Gulbenkian, 1972, 745p.

LEITÃO FILHO, H. F. Considerações sobre a florística de florestas tropicais e sub-tropicais do Brasil. IPEF 35, 41-46. 1987.

LEWIN, R. Parks: how big is big enough. Science. Washington, D. C. Ed. American Association for the Advancement of Science. 225 (4662): 611-612. 1984.

LOVEJOY, T. E., BIERREGARD Jr., R. O., RYLANDS, A. B., MALCOLM J. R., QUINTELA, C. E., HARPER, L. H., BROWN Jr., K. S., POWELL, G. V. N., SCHUBART, H. O. R., HAY, M. B. 1986. Edge and other effects ofisolation on Amazon forest fragments. In Conservation biology (M. E. Soulé, ed).Sinauer Press, Massachusetts, p.257-285.

PALIK, B. J. & MURPHY, P. G. Disturbance versus edge effects in sugar-maple/beech forest fragments. Forest ecology and management, 32 (2-4): 187-202. 1980.

SIMBERLOFF, D. 1982. Big advantages of small refuges. Nat. Hist. 91:6-14

TABANEZ, A. A.; Recuperação da Estrutura Florestal e da Diversidade Vegetal em Fragmentos Florestais Através do Controle de Cipós e Manejo de Bordas; no prelo.

VIANA, V. M., TABANEZ, A. A. J. & MARTINEZ, J. L. A. 1992. Restauração e manejo de fragmentos florestais. In II Congresso Nacional sobre Essências Nativas. Instituto Florestal de São Paulo. São Paulo, SP.p. 400-407.

WILLIS, E. O.. Conservation, subdivision of reserves, and the anti-esmemberment hypothesis. Oikos 42:396-398. 1984.



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