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O sentimento da natureza em Kant, na Crítica de Faculdade de Julgar
(Kant)

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1. A razão estética. “Este embaraço devido a um princípio (seja ele subjectivo ou objectivo) encontra-se principalmente naqueles julgamentos que se chamam estéticos e dizem respeito ao belo e ao sublime da natureza ou da arte.”
A crítica da faculdade de julgar, sendo cronologicamente a terceira crítica de Kant, é todavia a primeira, enquanto tentativa de sistematização do pensar e do agir humanos como formas peculiares de um ser dotado de razão, que habita no planeta Terra, num vastíssimo universo, quem sabe, algures habitado inteligivelmente por outras entidades viventes.
Era assim que Kant se posicionava (se sentia) no mundo. Por isso, o ponto de partida de uma reflexão do homem (e sobre o homem) não pode deixar de ser a crítica do que o rodeia e alimenta de forma mais próxima e premente: a natureza. Daí que esta seja a primeira crítica, a da faculdade de julgar, uma vez que ela é manifestação desde o primeiro momento da experiência humana de vida. Por outro lado, é apenas na crítica da faculdade de julgar que o homem se valoriza como sentimento, isto é, como relacionamento directo com a natureza, sem necessidade de formulação de conceitos, que no âmbito de uma simples reflexão, se interporiam como obstáculos à compreensão do sentido da (sua) vida.
Uma reflexão simples não é de fácil sistematização. O simples é onde se chega no fim. Assim, Kant empreendeu duas críticas (a da razão pura e a da razão prática), chegando à conclusão que o simples não se encontrava nelas, mas na sua subsunção a uma crítica unificadora de ambas, uma crítica da relação do homem com a natureza.
A crítica da razão pura encontrou dados dos sentidos para o entendimento unificar em conceitos, objectivamente, sobre a natureza. A crítica da razão prática encontrou a razão para formular conceitos sobre a liberdade. Mas como conciliar natureza e liberdade (“A razão e o entendimento possuem por isso legislações diferentes num e mesmo território da experiência, sem que seja permitido a uma interferir na outra.”)? É este o problema que Kant se propõe resolver na crítica da faculdade de julgar. Para tal vai analisar o que é comum ao entendimento e à razão: o apriorismo: “Os princípios a priori exprimem a esfera da autonomia humana, bem como a natureza essencialmente funcional e dinâmica da razão”.
“A faculdade do juízo em geral é a faculdade de pensar o particular como contido no universal. (…) é simplesmente reflexiva.” Temos então os dados na mesa: uma crítica da faculdade de julgar, através de juízos a priori, sintéticos (ou extensivos, isto é, que procuram alargar o âmbito do conhecimento adquirido através das faculdades de conhecimento e da vontade). Trata-se de uma crítica da razão estética, ou da faculdade de julgar segundo juízos estéticos. Este tipo de juízos é o elo encontrado por Kant para unificar a razão, solidificando-a como razão do homem enquanto ser de contemplação.
A razão estética pensa sobre as coisas, reflectindo-as e nelas se reflectindo, sem qualquer exigência de determinação. A razão estética é subjectiva, na medida em que parte da reflexão sobre o particular, mas é necessária e universal, enquanto faculdade de pensar “a conformidade a fins da natureza na sua multiplicidade”. A razão estética ocupa a primeira parte da crítica da faculdade do juízo (a teleológica a segunda parte, segundo Kant). A razão estética é subjectiva, na medida em que critica o homem que julga; ela não alarga o conhecimento acerca das coisas, mas procura alargar o conhecimento compreensivo, do homem enquanto ser humano que olha a natureza não apenas (redutoramente) para a decompor em conceitos, mas para a desarranjar em conformidade ao seu olhar, então livre de jogar, simplesmente sentindo prazer e/ou desprazer.
É por isso que Kant diz que a crítica da faculdade de juízo estética é propedêutica e é por isso que, sendo cronologicamente a última, é necessariamente um recomeço.



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