A AMIZADE
(Cicerone)
LAELIUS DE AMICITIA (Discurso de Lelio sobre a amizade). Trata-se de uma obra monográfica de caráter filosófico, Cicerone da espaço diretamente ao protagonista, respeitando os canones discorsivos do estilo de pensamento grego. Estamos quase diante de um monólogo, muito interessante, uma história na qual justamente o protagonista, Lelio, tratando da morte do seu mais querido amigo Scipione Emiliano, quase não é interrompido pelos seus interlocutores: C. Fannio e Q. Mucio Scevola que assumem os papéis de tímidos entrevistadores do passado. Cicerone usa Lelio, para exprimir o seu pensamento sobre o valor da amizade. Princípio cardial da filosofia moral helênica, ele considerava: "a filosofia uma fuga da realidade", pois todos os que cultivavam as filosofias gregas e romanas antigas e as suas comparações, conhecem bem a vida agitada e as obras do grande mestre do pensamento romano. A amizade seguida da sabedoria, era para Cicerone o bem humano mais precioso. Para ele um sentimento íntimo e desinteressado, idealizado de modo puro, que não derivava da busca da utilidade imediata... mas da inclinação natural que pode unir duas ou mais pessoas, alcança o posto de nobre sentimento nas coesões, quando se extende ao campo público favorecendo o bem do Estado. Tais tipos de relacionamentos autênticos, desencadeavam, segundo a história de Lelio (boca e mente de Marco Tullio Cicerone), a mais genupina e feliz manifestação que encontrava a sua apoteose na concordância social e civil que representa a base de uma construção da ética da cidadania e consequentemente da força transmitida à República. Ainda hoje o presente texto representa um rápido exemplo de um pensamento filosófico equilibrado, um ponto de referência seguro também para as gerações futuras que virão habitar este mundo. ITALO LIANZA
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