Resumo de Estágios de existencialismo segundo Kierkgaard

Estágio Estético: estágio básico na realidade humana em que os valores estéticos são originários do romantismo e contemporâneos. Em diversas personagens filosóficas existe, em comum, um desejo, quer sendo satisfação sentimental ou material, mas em última análise um desejo erótico que é, por sua vez, muito familiar a Kierkgaard pois, após a morte do seu pai, entregara-se a tal estilo de vida, contrariando o seu estilo anterior de vida. Através da literatura pode-se comprovar as personagens de que fala com Don Juan (escrito por outro escritor). Ao sucumbir aos seus valores e adoptar este novo estilo, opõe-se a tais princípios e escreve obras que atacam o estágio estético (o Banquete, p.e.). Este tipo de vida não proporciona realização a quem o pratica pois os objectivos não são claros e perdem-se por não existir satisfação e, aí, surgem certas perguntas: · Quem é feliz realmente? · Daqueles que buscam o prazer, o mais feliz não será aquele que não experimentou nenhuma felicidade? Pois se é impossível a satisfação, se não experimentou nenhuma, não surge infelicidade! » Existimos para procurar satisfação e obter prazer!
Estágio Moral/Ético: É marcado essencialmente por uma vida coerente e regida por normas morais. No seu livro “A Alternativa” Wielhem apresenta-se neste estágio, sendo o “herói da vida conjugal”, proporcionando um casamento feliz. A questão “será que o homem tem de aplicar-se e esforçar-se ao máximo para manter a vida conjugal?” demonstra o cerne da vida ética. Analisando a sua experiência amorosa difícil, manter a vida conjugal (característica essencial da ética) é dificultada ao homem devido à existência feminina visto que não lhe é fácil situar-se na relação e está no estágio estético. Mais, a mulher é um objecto de desejo final no estágio estético do homem e a sua revelação plena só será possível no estágio religioso. Contudo, para atingir este estágio de vida é necessário correr um risco, o casamento, e quando este acaba, acaba também toda a moralidade existente. Mas, o que é o heroísmo moral da vida? Não é somente entender que tem de evitar a fragilidade da mulher aquando do seu desvio estético, colocando em risco a relação conjugal. » O heroísmo e a ajuda de Deus podem salvar o casamento e permitir uma vida moral, a qual é a razão da existência! Estágio Religioso: Visto que o casamento não é a única solução, um homem pode escolher responder ao chamamento religioso, alcançando um estágio superior à de um marido mais perfeito. Pessoalmente, Kierkgaard sempre esteve ligado á religião (infância, educação, estudos em teleologia). Em Tremor e Temor, Abraão sacrifica Isaac que é restituído e, assim, Kierkegaard pensa que se renunciar a noiva no passado, ela podia mesmo assim voltar. Comparando ambas as situações vê-se o subjectivismo do estágio religioso, visto que o plano da fé de Abraão não era o mesmo que de Kierkegaard. Até aqui podemos dizer que é, dos três estágios, o menos popular, contudo, ele acha que os outros dois não podem existir sem o religioso que é, por sua vez, um estado que surge a partir da confusão criada pelos outros e onde se tem que fazer uma escolha, optando pela solidão e Deus, ou seja, a meditação. A partir daí é desenvolvido o sentido da existência: » A razão da existência vem do nosso interior, é compreendermo-nos a nós próprios e encontrarmo-nos com Deus.

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