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O que é memória?
(Caro F)

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A memória é a capacidade de registrar, armazenar e manipular informações provenientes de interações entre o cérebro e o corpo ou todo o organismo e o mundo externo. É a base dos nossos sentimentos ou de qualquer atitude cotidiana, variando conforme os diferentes períodos da vida (gestação, infância, adolescência, senescência). Está intimamente relacionada com o aprendizado, uma vez que o aprendizado é a aquisição de conhecimentos e a memória é o resgate desses conhecimentos após certo tempo. Endel Tulving, um dos líderes da pesquisa sobre memória, definiu-a (memória) como “uma viagem mental no tempo”, ou seja, lembrar o que aconteceu no passado é o mesmo que reviver o passado no presente. Para Com Brooks, pesquisador da neurodinâmica, “ao invés de ter representações a memória é uma adaptação dinâmica de cérebro por reconstituir um ato na reposta acontecimentos no contexto diferente no ambiente”.
Não há uma estrutura única e isolada do cérebro que determine a memória, pois ela é o resultado de um agrupamento de sistemas cerebrais trabalhando em conjunto. O lobo temporal é considerado como suporte para a formação de novas memórias, além de não apagar a maior parte da memória declarativa formada no decorrer de toda a vida. É necessário ressaltar que a região do hipocampo é importante para a consolidação da nova informação (na memória) de longa duração, não sendo repositório de conhecimento, além de estar envolvido com o reconhecimento de novidades e a relação espacial (como lembrar de um local já visitado antes, por exemplo). A amígdala, por sua vez, faz a conexão entre o tálamo e as regiões sensoriais do córtex, participando no armazenamento de informações vindas do meio externo juntamente com estímulos sensoriais. A memória de longa duração é armazenada, principalmente, no córtex frontal, o qual também é responsável pela resolução de problemas e planejamento de comportamento.
O processo de consolidação (da memória) armazena novas informações na memória de longa duração e passa por três estágios: codificação, armazenamento e evocação. A codificação processa a nova a informação a ser armazenada e subdivide-se em aquisição (registra informações em arquivos sensoriais) e consolidação (cria forte representação através do tempo); o armazenamento cria e mantém um registro permanente da informação já codificada; a evocação utiliza a informação armazenada para criar uma representação consciente ou executar um comportamento aprendido como um ato motor.
Bioquimicamente, o processo de consolidação (da memória) decorre de propriedades especiais do receptor NMDA (n-metil-d-aspartato) e do canal voltagem-dependente na base de atuação na LTP (potenciação a longo prazo) em uma sinapse (pontos de comunicação entre neurônios ou entre um neurônio e um determinado tecido; envolve passagem de hormônios ou neurotransmissores). O glutamato, principal neurotransmissor estimulatório do sistema nervoso central, ao se ligar a inúmeros canais de NMDA acarretará uma despolarização pós-sináptica sustentada (duradoura; com tempo de duração maior que o normal), retirando Mg2+ da célula nervosa e permitindo a entrada de Ca2+. Evidencia-se, assim, a manifestação da plasticidade sináptica (mudança conformacional dos neurônios acarretando a “gravação” de determinada informação, ou seja, da memória).
Donald Hebb e Jersy Konorski foram alguns dos primeiros a relatarem, na década de 40, que “a memória deve envolver mudanças ou aumentos nos circuitos nervosos”. (Lembrando que um circuito nervoso envolve um agrupamento de neurônios comunicando-se entre si por sinapses).
Um grupo de cientistasda Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, cujo líder é o neurocientista argentino Iván Izquierdo, divulgou no mês de setembro de 2006 que, finalmente, conseguiu provas demonstrando que a memória está associada ao mecanismo sináptico. Além disso, Izquierdo afirma que associamos o que vimos, ouvimos e sentimos na hora de recordar um fato ocorrido na nossa vida, reforçando a lembrança: “Uma informação isolada dificilmente fica na memória” e “Memórias são associações”.



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