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Exodo Rural
(Marli Pinho da Silva Dettori.)

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Fui deixada aos três anos pelos meus pais que saíram do estado do Paraná da cidade de Moreira Sales onde trabalhavam no cultivo do solo, para trabalharem na indústria no estado de São Paulo, na cidade de Indaiatuba. Então, sem saberem o que iam encontrar nesta cidade avaliaram que deixar eu no sítio da minha avó no Paraná teria sido a opção mais segura para a minha estabilidade. Esse tipo de acontecimento forte e marcante acontece todos os dias em nosso país; por mais difícil e doloroso que seja para ambas as partes, constantemente, os pais são obrigados a deixar seus filhos na guarda de parentes no campo para tentar conseguir estabilidade familiar nas cidades Industrializadas na esperança de que ao atingir o objetivo voltem ao campo para buscar e compartilhar os resultados com os seus filhos. E para a tristeza da família desmembrada, a maioria nunca mais retornam ao campo para buscar seus pequeninos, muitos morrem de fome ou assassinados por causa da altíssima criminalidade, outros passam a velhice morando em favelas em condições precárias onde mal conseguem o sustento próprio devido a sua própria situação desesperadora. Se torna cada vez mais impossível a recuperação deste cidadão, seus traços de sofrimento desfiguram sua aparência de forma irreversível fisicamente e mentalmente e então se jogam ao alcoolismo, á droga, e á criminalidade. Mas voltando a falar de mim, minha sorte foi um pouco melhor, enquanto meus pais se estabilizavam em Indaiatuba, eu ficava sentada ao pé da maquina de costura de minha avó onde observava ela ganhar algum dinheiro costurando para a própria família; minha avó tinha 10 filhos, todos soltos na roça. Quando fiz 6 anos, meu pai apareceu e me levou para Indaiatuba onde descobri que eles estavam terminando a construção da nossa casa própria. Minha mãe era encarregada de costura, meu pai metalúrgico; eu estava ali perdida em um mundo vazio que parecia não ser meu. Parece que os anos distanciaram de mais o relacionamento afetivo entre eu e meus pais, portanto passei a vida carregando um vazio que sinto até hoje. Por hoje é só, amanhã vamos continuar a contar a minha historia. Portanto esse vazio foi preenchido com tantas outras coisas lindas que fiz aqui no estado de São Paulo. Eu estudei até terminar o ensino médio e fiz alguns cursos profissionalisante, trabalhei em várias empresas, fui dona de vários negócio, me casei, fiz 2 filhos e depois de 5 anos me separei, após 3 anos de minha separação, me casei novamente e fiz um filho, meu marido faleceu faz 3 meses, eu ainda sofro muito a sua ausência, novamente senti a dor da separação da familia, nós éramos casados 14 anos ainda bem que minha mãe, meu pai, irmãos e filhos estão agora perto de mim. O pecado é que Deus ainda não terminou de levar embora aqueles que agente ama, acho que ele quer que demos mais importância ao amor, dizem que o amor remove montanhas. 



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