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China-Japão:História ou diplomacia?
(pesquisa)

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A tensão China-Japão: História ou diplomacia? />

A irritação diplomática e as violentas manifestações populares chinesas são o resultado de mais uma tentativa do governo japonês de alterar os manuais escolares de história do país, ocultando as atrocidades cometidas pelo Império do Sol Nascente no Império do Centro ocupado. Não é a primeira vez que isto acontece e as reações costumam ocorrer em toda Ásia, invadida pelo Japão na Segunda Guerra Mundial: China e Taiwan, Coréia do Norte e do Sul, Vietnã e Filipinas, Indonésia e Austrália, Malásia e Mianmar (Birmânia). Isto se deve ao fato de que na Ásia, ao contrário da Europa, não houve a cicatrização das feridas da guerra, como ocorreu no velho continente, em grande parte devido à integração européia.
Geralmente o Japão recua, embora não chege a assumir formalmente sua culpa, pedindo desculpas de forma explícita, como manda a cultura asiática. Desta vez, contudo, o caso é algo diferente. O governo do primeiro ministro Koizumi tem acertado com os Estados Unidos um conjunto de medidas que a China considera hostis. Acordos militares, aumento do orçamento de defesa, compra de armamentos, parceria no Escudo Anti-Mísseis, insinuações na questão de Taiwan, entre outras questões, têm irritado as autoridades chinesas. Alterar os livros de história, neste contexto, significa sinalizar o ressurgimento do nacionalismo nipônico, de triste memória na região, e provocar uma reação chinesa.
Evidentemente as autoridades procuram canalizar as manifestações populares contra símbolos japoneses, especialmente econômicos, como forma de lembrar Tóquio que há interesses comerciais e financeiros seus que podem ser prejudicados. Mas as manifestações são genuinas, pois há um sentimento popular generalizado de profunda mágoa pelos sofrimentos e matanças promovidas pelo exército imperial japonês na China, como pude constatar pessoalmente em mais de uma oportunidade neste país. Vale lembrar que em 1999, durante a guerra do Kosovo, quando os Estados Unidos bombardearam a embaixada chinesa em Belgrado, houve reações anti-americanas violentas até em Taiwan!
As manifestações do nacionalismo japonês costumam também irritar os coreanos (do norte e do sul), pois ainda não foi completamente solucionado o problema das comfort women, jovens coreanas que foram forçadas a acompanhar o exército japonês, sendo convertidas em prostitutas.
O Japão, por sua vez, ainda que grande parceiro econômico da China, teme o crescimento deste país, que é mais forte militarmente e cuja economia está se convertendo na segunda do mundo, desbancando a posição japonesa. Assim, é compreensível que Tóquio busque aproximar-se da agenda da administração Bush. Quanto à China, tenta evitar que o Japão venha a ocupar uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU em caso de reforma. Daí, nada melhor do que lembrar ao mundo o passado japonês, que ainda não foi regularizado na região. Contudo, creio que o episódio representa uma provocação bem calculada, para gerar uma reação chinesa e afastar os dois gigantes asiáticos, num momento em que Pequim já enfrenta problemas em relação à Taiwan, que tem recebido crescente apoio de Washington. Assim, mais que à história do passado, a crise atual se deve à diplomacia do presente.



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