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LÍBANO-SÍRIA:NOVO FOCO DE CRISE INTERNACIONAL
(pesquisa)

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Líbano-Síria: novo foco de crise internacional />

A morte do ex-Primeiro Ministro libanês, o milionário Rafic Hariri, num atentado à bomba cujos autores até agora não foram identificados, fez crescer ainda mais a tensão entre os Estados Unidos e a Síria, que foi acusada pelo assassinato. Desde a invasão do Iraque o Irã e a Síria, dois países aliados, têm sido visados pela administração Bush como os próximos alvos, o primeiro acusado de utilizar seu programa nuclear para fabricar bombas atômicas, e o segundo por sua presença militar no Líbano, também acusado de possuir armas de destruição em massa e de permitir a passagem de militantes para o Iraque.
Manifestações gigantescas em Beirute, pedindo a retirada das tropas sírias que ingressaram no país em 1975 sob mandato da Liga Árabe para impedir o agravamento da guerra civil, tentaram reeditar a "Revolução Laranja" ucraniana, pois solicitavam a demissão do governo pró-sírio. Posteriormente, os aliados da Síria, especialmente os xiitas da Amal e do Hezbollah, fizeram também gigantescas manifestações pedindo a permanência dos sírios, para evitar o retorno da guerra civil. Paralelamente, ocorriam intensas gestões diplomáticas, que levaram os sírios a promover uma retirada parcial.
Mas seria impossível compreender a crise atual sem conhecer os fundamentos da guerra civil libanesa (1975-1990) que devastou completamente a "Suíça do Oriente Médio" (como era conhecido o Líbano) e a rivalidade existente entre a Síria e Israel. O Líbano foi desmembrado da Síria pelo colonizador francês, sendo uma das poucas democracias da região após a II Guerra Mundial. O frágil equilíbrio entre cristãos e muçulmanos foi rompido pelo afluxo maciço de refugiados palestinos, iniciando-se uma violenta guerra civil, que teve uma intervenção Síria ao norte e uma israelense ao sul. Os massacres de Sabbra e Chatila e a resistência muçulmana desgastaram Israel, que se retirou, e os atentados contra as forças americanas e francesas (sob mandato da ONU) também levaram à retirada dos mesmos.
Apenas em 1990 foi reconstituído o Estado libanês, mas a guerrilha xiita do Hezbollah (com apoio da Síria e do Irã) continuou lutando no extremo-sul do país contra os israelenses e seus aliados, inclusive com ataques ao norte de Israel. Mas é preciso lembrar que desde 1967 Israel ocupa as colinas sírias de Golã (que fazem fronteira com o sul do Líbano), as quais anexaram formalmente, situação que representa um dos entraves para um acordo de paz. Assim, provavelmente o que está em jogo é uma barganha americana que obtenha a retirada Síria do Líbano e a aceitação da presença israelense em Golã, em troca da sobrevivência do regime do partido Baas em Damasco (que era inimigo do Baas iraquiano...), mas submetido à nova agenda internacional.
Seria uma vitória diplomática sem guerra, que contribuiria para um maior isolamento do Irã, o qual provavelmente perderia o apoio sírio. Israel, por sua vez, atingiria uma situação de segurança ampla, o que permitiria avançar o processo de paz com os palestinos. O regime sírio, finalmente, além das concessões diplomáticas, provavelmente cederia na questão da democracia, podendo perder o poder no médio prazo. Contudo, trata-se de um jogo perigoso, que pode ter como conseqüência o reinício da guerra civil no Líbano, pois se trata de um país fragmentado em comunidades que se enfrentaram recentemente e as feridas ainda não estão cicatrizadas, além dos sírios contarem com o apoio de várias dessas comunidades.
Finalmente, a aquiescência francesa à demanda da administração Bush para uma retirada síria do Líbano, sem qualquer menção à situação das colinas sírias de Golã ocupadas por Israel, embora deva estar condicionada a alguma promessa americana de não iniciar uma nova guerra, demonstra que a visita de Bush à Europa foi coroada de êxito (exceto em relação à Rússia)



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