Eritema nodoso
(Alba)
Introdução
O eritema nodoso (EN) para alguns autores é considerado como uma vasculite, no entanto, a maioria prefere classificá-lo como uma paniculite que atinge os vasos de pequeno calibre da derme e do tecido subcutâneo, sendo a lesão primária provocada por um estímulo antigénico dirigido directamente contra os vaso,¹ tipo reacção de hipersensibilidade podendo ser secundário a doenças sistémicas e ingestão de fármacos. Em alguns casos não se encontra qualquer etiologia,embora se tenham identificado imunocomplexos circulantes.
Dentro das doenças sistémicas as causas mais frequentes são as infecções, nomeadamente a estreptocócica, a tubercolose, a sarcoidose e a infecção fúngica. Pode ainda surgir como complicação de doença inflamatória do intestino ou doença linfoprolifrativa podendo preceder ou coexistir com esta última.¹,²,3,?. A associação com a ingestão de fármacos está também descrita, sendo os mais implicados os anticonceptívos orais (ACO), os derivados da penicilina e das sulfamidas?.
É habitualmente uma situação autolimitada, com um pico de incidência entre os 20 e 30 anos, mais frequente no sexo feminino. A etiologia varia muito com a área geográfica. Estima-se que em Inglaterra surjam por ano 2,4 casos/10.000 6 ano.
O EN caracteriza-se por múltiplos nódulos dolorosos, de tamanho e coloração variada, que podem ir de 1 a 5 cm de coloração vermelho violáceo que posteriormente adquirem coloração acastanhada, geralmente não ulceram, localizam-se preferencialmente nos membros inferiores predominadantemente na face anterior das pernas, na região tibial, podendo no entanto estenderem-se a outras zonas do corpo nomeadamente membros superiores e tórax. A localização predominante nos membros inferiores tem provavelmente a ver com factores hemodinâmicos 1,2,7 .
É fundamental uma investigação cuidadosa para excluir doenças subjacentes, não se conseguindo, no entanto, encontrar agente etiológico em mais de 20% dos casos, devendo os testes a utilizar serem dirigidos para as causas mais frequentes8.
As lesões podem aparecer sob a forma aguda e desaparecerem ao fim de alguns dias ou tornarem-se crónicas e só desapareceram ao fim de alguns meses como ainda podem recidivar.
Na maioria dos casos não é necessário efectuar biópsia, excepto para o diagnóstico diferencial com outras situações semelhantes ou para diagnóstico da situação subjacente.9.
A terapêutica deve ser dirigida à doença de base após a sua identificação. Caso não se identifique etiologia, deve-se utilizar terapêutica sintomática analgésica e antinflamatória. Só em alguns casos está indicada a corticoterapia após excluída a causa infecciosa10.
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