BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


(Eco)Turismo: Uma (re)leitura dos discursos
(Patrício Gomes)

Publicidade
O início do
texto trata do histórico da atividade turística no mundo, com a importância do
Romantismo, das Revoluções Industriais e Tecnológicas e das férias remuneradas
que proporcionaram a expansão da atividade. As viagens então foram vistas como
a oportunidade de fugir do cotidiano e viver o ideal de liberdade (ainda que
temporariamente).

Porém, com o
desenvolvimento da indústria do turismo, surgiram os roteiros em massa, que
levam grande quantidade de pessoas a passeios pré-estabelecidos que são muito
mais uma vitrine para os turistas do que a realidade do local. Além de tudo,
esses roteiros são formatados de tal maneira que tornam todas as viagens muito
parecidas, e portanto descaracterizadas. Há uma interessante colocação do autor
que se produz um espaço para o turista que vai contra a natureza do local
visitado, fazendo desta uma falsa viagem. Outro aspecto deste turismo é seu
marketing apelativo, criando e fomentando os sonhos das pessoas e
relacionando-os aos lugares que devem ser visitados.

Há no texto
uma colocação interessante sobre o Turismo Alternativo, que seria um fuga a
estes roteiros pré-programados e artificiais. O objetivo dos turistas
alternativos é explorar lugares diferentes e vivenciar a realidade do local,
renunciando a maioria das infra-estruturas turísticas normais e inclusive
passando pelas mesmas dificuldades cotidianas dos nativos. Há uma valorização
do ambiente natural, da cultura e das experiências multidimensionais e
multisensoriais da viagem.

O turismo é
uma das indústrias que mais cresce, fazendo brilhar os olhos dos países em
desenvolvimento. Porém é importante lembrar que é um ramo que sofre muitas
flutuações dentro do ano (alta e baixa temporada), além de estar sujeita a um
“modismo” passageiro (já que alguns destinos podem “saturar”).

É lembrado também
que o turismo é uma grande fonte de impactos, tanto ambientais como
sócio-econômicos, e coloca-se no texto (talvez de forma exagerada) que a
atividade gera um “confronto intercultural”, que faz com que os nativos se
sintam inferiorizados frente ao alto poder de consumo dos turistas
(principalmente estrangeiros). Há também os casos em que se criam ambientes
mais agradáveis para os turistas: os “parques temáticos”, resorts, SPAs, que
criam ilhas de bem-estar no meio de um ambiente conturbado. Na minha opinião
esse cenário de contradição causa um incômodo latente para a comunidade do
entorno.

É descrito
também um histórico da degradação ambiental pelo homem, bem como do movimento
do ambientalismo. Interessante lembrar que o ambientalismo ganhou visibilidade
pois, acima da preocupação das pessoas com as vidas de plantas e animais
silvestres, é uma questão que trata da própria sobrevivência humana no planeta.

Do movimento
ambientalista surge em muitas pessoas uma grande simpatia pela natureza e o
ambiente natural. Essa situação abre espaço para o desenvolvimento de um ramo
no turismo que foi chamado de turismo verde, turismo ecológico, e hoje é
geralmente denominado Ecoturismo.

O termo
Ecoturismo pressupõe um modelo ideal da atividade, que se trata de uma
atividade economicamente viável, ecologicamente sustentável e que envolva de
forma positiva a comunidade local. Infelizmente este é um modelo teórico, que
raramente se observa na prática. O autor coloca ainda que este modelo é um
paradoxo, na medida que o turismo de massa já é implicitamente insustentável.

É apontado no
texto que um aspecto do marketing do ecoturismo é a idéia de uma atividade
esotérica, associada a termos retirados do contexto religioso (como “paraíso”
ou “santuário” ecológico) e tornando a viagem uma experiência não só turística,
mas até mesmo sagrada. Vale lembrar que muitas pessoas têm esta visão sagrada
da natureza, como uma religião, e que transformar este respeito pela Terra num
artifício para vender viagens turísticas é mais uma estratégia do capitalismo e
da indústria turística.

Outroponto
curioso é que para minizar os impactos em um ambiente natural mais frágil,
limita-se o número de visitantes. A forma para limitar este número adotada por
muitos empreendimentos turísticos é pôr os preços muito altos. Em muitos casos
realmente se observa uma redução de impactos ambientais a um nível aceitável,
porém esta estratégia gera exclusão social, inclusive da comunidade local.

Outra crítica acerca do ecoturismo é que ele pode ser
visto como a pancéia de alguns lugares, sendo a atividade que trará
investimentos, empregos e dinheiro para a localidade e benefícios
sócio-econômicos às populações residentes. Como vimos, a realidade não é tão
simples assim.



Resumos Relacionados


- Turismo E Preservação Do Patrimôniocultural

- A Importância Da Comunicação Na Sustentabilidade Turística Um Estudo De Caso Da Cidade De Itaca

- As Relações Entre Clima E Turismo

- Turismo Urbano

- Turismo Em Termos Geográficos



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia