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O MENDIGO parte 2
(Arimar Vieira da Costa)

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O MENDIGO parte 2 Gilberto estava satisfeito e não quis saber de conversar com mais ninguém, agradece àquela senhora gentil e retira-se, triste mas já sabia alguma coisa de seu pai. No caminho, indo de volta para casa, presencia uma multidão aglomerada em frente a uma passagem de nível, (lugar onde o trem passa em via urbana, tendo uma cancela que se fecha emitindo som de aviso quando o trem se aproxima) resolvendo olhar o ocorrido. Estaciona, sai de seu carro e atravessa a rua indo junto da multidão. Uma senhora de mais ou menos quarenta anos, moradora de rua, teria sido atropelada e morta pelo trem. Gilberto pede ao policial que o deixe ver de quem se tratava e que poderia conhecê-la. A princípio o soldado disse-lhe que poderia ir embora que era uma mendiga qualquer e certamente um moço tão bem aparentado e de maneiras finas não a conheceria. Gilberto insiste até que o soldado deixa que ele a veja. Que cena triste! Uma jovem senhora toda cortada por aquele imenso e insensível animal de aço. Era uma mendiga, porém não deixava de ser um ser humano, que não teve a felicidade de ter tido sorte na vida. Retorna para o carro triste com o que presenciara, mas segue seu caminho. Ao chegar próximo de sua casa, vê o mendigo que ao vê-lo aproximar-se ameaça sair, onde é interrompido por Gilberto que pede para que fique, gostaria de conversar um pouco. Pergunta-lhe o porque de viver na rua, se tinha família, se já morou em uma casa como a maioria das pessoas, se estava com fome. Foi uma bateria de perguntas sem resposta. O mendigo só respondeu a última. Estava com fome! Sim, já fazia dois dias que não comia nada. Gilberto pede a ele que espere um pouco que traria algo para ele comer. Passados alguns minutos, aparece Gilberto com uma sacola na mão, que estava cheia de roupas de seu padrasto, as quais não lhe serviriam mais e um prato quentinho de comida e dá ao mendigo. Automaticamente ele pega o prato e quase sem modos abocanha a comida, fartando-se. Agradece e vai embora. Depois disso ninguém mais o vira por alí. Sua mãe chama-lhe atenção, dizendo que todos os mendigos iriam ficar rodeando sua casa para ganhar comida e que se fosse desta maneira, logo quem estaria pedindo comida seriam eles. Gilberto ainda revoltado com o que ouvira dos antigos vizinhos, reprova a atitude da mãe, mas, julga ser melhor não falar nada, engole seco e retira-se. Seu padrasto segue com sucesso a empreitada a que se submetera. Sua empresa nos moldes da anterior, é só progresso, como dominava conhecimentos em tanto tempo de empresa, sendo pessoa idônea e de bons relacionamentos conseguiu atrair vários clientes de seu antigo patrão. Gilberto enfim conclui seu curso, agora é Dr. Como já estava fazendo estágio em um grande hospital, destacando em todos os sentidos é contratado em definitivo. Em frente ao hospital tinha uma grande lanchonete, onde muitos funcionários faziam lanches e até refeições, inclusive o agora Dr Gilberto. Fim de ano, muitas festas, pessoas bebendo exageradamente, ocasionando vários acidentes, incidentes provocados por armas de fogo e outros meios, elevam o número de atendimento nos hospitais, ficando difícil arrumar tempo até para almoçar. Num momento em que teve um pouco de folga, Dr Gilberto vai até a lanchonete do outro lado da rua para fazer um lanche e respirar um pouco, fugindo daquela correria. Depois de lanchar, atravessando a rua, quando está próximo da calçada do outro lado, um carro desgovernado vem em sua direção. Por segundos viu a morte de perto, mas foi jogado contra a parede. Virando-se vê aquele mendigo jogado, todo machucado e ensanguentado. Desesperado chama funcionários do hospital para socorrê-lo e também é atendido, pois se machucara no acidente, porém sem gravidade. Depois de medicado por companheiros do hospital, Dr Gilberto procura saber onde estaria o seu salvador e queria ter notícias de seu estado, onde é informado de que aquele sr teria falecido, não resistindo aos ferimentos. Indo triste até o necrotério, reconhece o mendigo para o qual teria dado algumas peças de roupas e um prato de comida anos atrás. Como na portaria era obrigatório o preenchimento de uma ficha com os dados de cada paciente que era atendido, quer saber seu nome, se tinha parentes para avisá-los e que providenciaria seu enterro, seria o minimo que poderia fazer, afinal aquele coitado teria se sacrificado para salvar sua vida. Ao pegar a ficha com o nome do paciente fica mudo, empalidece, caindo desfalecido, sendo socorrido mais uma vez e todos acreditam que ele não estaria bem por ter sofrido o acidente algumas horas atrás. Quando Dr. Gilberto volta a si, chora desesperadamente, sem que ninguém entendesse segue até o necrotério e ao avistar o corpo do mendigo relata a todos que aquele sr era seu legítimo pai.......... Arimar Vieira da Costa



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