Resumo de Resiliência - Claudia Maria de Almeida Carvalho

Na prática, a resiliência já existe, sempre existiu se for considerada como uma força poderosa de resistência às intempéries da vida.
As pessoas muito sensíveis ou que possuem maior sabedoria podem entender e superar as adversidades com mais facilidade. Porém, muitas não têm ainda o discernimento e a calma para enfrentar situações muito desagradáveis. O choque de certos acontecimentos aflora nelas várias emoções diferentes, como a raiva, a desilusão, a apatia, chegando mesmo a causar depressão.
Importando o termo da física, as ciências humanas aplicaram-no do desenvolvimento do ser humano, especificamente, diante de uma situação de grande desconforto, quando se tem de resistir, de recuperar-se, de adotar uma atitude de superação das agressões. a resiliência, que até pouco tempo não tinha espaço entre nós, vem ganhando campo na pesquisa, além das ciências humanas, nas ciências médicas, sociais, administrativas etc.
A curiosidade de cientistas do mundo inteiro foi atraída pelo comportamento das pessoas após terem passado por traumas, enfrentado suas tragédias. Eles questionam sobre este fenômeno: o fato de que certas pessoas têm a capacidade de superar as piores situações, enquanto outras se tornam infelizes e angustiadas pelo resto de suas vidas. As que se recuperam não podem ser consideradas como personagens fictícios, pois são seres humanos: homens, mulheres, crianças, idosos, pessoas comuns que retomam suas vidas após a morte de um filho, a perda de uma parte de seu corpo, divórcios tumultuados, doenças graves, físicas ou psíquicas, em si mesmo ou em alguém da família, assaltos, seqüestros, entre outros. Os capazes de renascer, de continuar a vida sem autopunições, esses são seres resilientes.
As experiências e estudos realizados mostram algumas explicações científicas sobre esse fato. Sob a visão da biologia, cada ser humano é dotado de um potencial genético que o faz ser mais resistente que outros. Para a psicologia, as relações familiares, sobretudo na infância, constroem a capacidade de suportar certas crises e de superá-las. A sociologia refere-se à influência do entorno, da cultura, das tradições como constituintes da capacidade de suplantar as adversidades. A teologia leva a uma visão diferenciada da condição humana, a da necessidade do sofrimento como fator de evolução espiritual: “oferecer a outra face”.
Algumas definições de resiliência encontradas na pesquisa:
- O termo vem da física e significa a capacidade humana de superar tudo, tirando proveito dos sofrimentos, inerentes às dificuldades. O resiliente é aquele que se recupera e molda-se a cada "deformação" (obstáculo) situacional.
- é poder de recuperação.
- Resiliência um olhar diferente sobre a tragédia humana
- A resiliência é, na verdade, o resultado de intervenções de apoio, de otimismo, de dedicação e amor, idéias e conceitos que entram sorrateiramente nas ciências como causa e efeito, intervenção e resultado, hipótese e tese de que as relações intra e interhumanas são relações que ultrapassam o rigor do empirismo para encontrar o acaso.
“O mundo ao redor parece conspirar contra o bem, a estabilidade e o equilíbrio que tanto se persegue.
O mundo atual apresenta tantos desatinos, que parecem maiores do que as boas novas, senão, muito mais tenebrosos e preocupantes.
Neste áspero cotidiano, o desafio é o de desenvolver um meio para resistir, recuperar a dignidade, superar os males causados, não se deixando abater. É óbvio que se deve chorar as perdas, as tragédias, mas não fazer deste choro um eterno companheiro.
O ser humano resiste, contando não apenas com sua resistência física, mas, em especial, com um novo e positivo olhar na reconstituição de sua vida, apesar do entorno negativo, do estresse, das contrições sociais, que influenciam de modo negativo para seu retorno à vida. Um dos fatores de resiliência é a capacidade do indivíduo de garantir sua integridade, mesmo nos momentos mais críticos.
Embora a resiliência seja íntima e pessoal, o resiliente necessita de apoio, de ajuda, de acolhimento, pois o sofrimento físico e psicológico pode inibir e de certa forma alterar a resposta resiliente do sujeito.
As pessoas com alto nível de resiliência interagem com outras pessoas e conseguem extrair o melhor de si mesmas, gostam do que fazem, amam a vida e orientam-se para soluções criativas e alegres, usam o humor no dia-a-dia.
Há formas de se tornar mais resiliente, a maioria das pessoas necessita de esforço e treinamento consciente para isso, embora alguns sejam abençoados e nasçam com o dom da resiliência em um grau superior. Os resilientes são capazes de enfrentar adversidades extremas; superar; restaurar-se; e, prosperar, fortalecidos, depois de superar a adversidade.
A sabedoria de conhecer a si mesmo é o fundamento para não se perder e continuar mantendo contato com os recursos pessoais para enfrentar a adversidade, seja ela suprema, seja apensas causadora de pequenas tensões e mudanças constantes. Autoconfiança, auto-estima e auto-imagens mais ricas, uma nova visão de si mesmo. E para ser capaz de fazer isso, é preciso viver um dia de cada vez, estar presente.
Estar presente, eis a grande questão da atualidade, não viver mais no passado ou no futuro, viver apenas o presente.
“O poder e a grandeza do homem não residem no ter mas sim no ser”.
Então, a ordem é buscar a liberdade, o ser, a essência, que se alcançará a felicidade: tentando transformar desânimo em persistência, descrédito em esperança, obstáculos em oportunidades, tristeza em alegria e humor, desenvolvendo a resiliência.
Tendo em mente que não existe magia rápida. existe sim magia vagarosa, um tempo para se preparar para vencer obstáculos e viver plenamente o presente.

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