Resumo de O último judeu

Estamos na Espanha, em 1492. A Guerra da Reconquista encaminha-se para o seu auge e os mouros agrupam-se agora no Califado de Granada, de onde serão expulsos definitivamente do solo espanhol. Este fato abrirá caminho para a expansão colonial marítima, semelhante ao que já fez Portugal, muitas décadas antes, iniciando o período áureo dos reis católicos Fernão e Isabel de Castela. Infelizmente, este mesmo ano marcará o auge da atuação do Tribunal da Inquisição espanhola, responsável por verdadeira limpeza étnica no reino. Esta instituição, liderada por Torquemada, decidiu destruir todo aquele que viesse a ameaçar o poder da Igreja e dos reis católicos. Os inquisidores não perderam tempo. Inicialmente, foram dizimados os islâmicos. Depois, os judeus passam a ser presos e suas propriedades confiscadas. Na prisão, têm dois caminhos diante de si: a conversão à força ou a expulsão do território espanhol. Caso se convertessem e fossem, posteriormente, acusados de praticar os rituais judaicos, são inapelavelmente condenados à morte na fogueira. O livro tem início com a perseguição de judeus não-convertidos. O pai do garoto Yonah Helkias Toledano é preso pelos inquisidores. Sozinho no mundo, ele vaga pelos campos da Espanha, escondendo de todos o fato de ser judeu. Adotando o nome de Ramón Callicó, a partir daí, começa a sua aventura: será peão, pastor de ovelhas, marujo e polidor de armaduras. Mais tarde, vai trabalhar para um velho médico nos arredores de Saragoça. Nesta condição, Yonah tem contato com o conhecimento científico da época e acaba se tornando aprendiz. Estuda através do Cânon de Medicina, livro escrito por Avicena, considerado o grande médico da era medieval no Oriente Médio. Visando aprimorar o seu aprendizado, realiza dissecações de cadáveres, algo proibido pela Igreja naquela época. Com o auxílio e ensino do seu senhor e agora mestre, consegue o título de médico. A vontade de permanecer judeu em uma Espanha católica, sob a ameaça constante da Inquisição, termina por levar Yonah a desenvolver um espírito de sobrevivência, não só para si como também de toda a sua cultura e religião judaica. O leitor permanece em constante suspense para saber se o personagem principal conseguirá o seu intento: escapar dos seus perseguidores, constituir família e ser, efetivamente, judeu.

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