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O coração não engana
(João Massapina)

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IV - AMIZADES DE ESTIMAÇÃO E MORTES QUE SÃO UMA LIÇÃO
A imagem do meu fiel amigo Guedieiros, ficará para sempre na minha memoria. Era um cão pastor de grande porte de pelo cor creme escuro, super inteligente, que me ia levar e buscar, à porta da escola, e que acompanhava as minhas aventuras todas, com uma reverência impossivel de igual, e para esse não existiam horas nem dias marcados, era sempre que cá o amigo saia.Em casa, quando não havia brincadeira para animar, ficava deitado junto da porta da cozinha, esperando ou por mim ou por minha mãe, para esta lhe servir a tão festejada refeição, ou por uma festa do pessoal da casa. A minha irmã Alcina,que sempre gostou muito de gatos, estimava também bastante este animal, o meu primeiro fiel amigo de estimação, que me viu crescer, pois foi-me dado ainda bebé, quando eu tinha dois anos de idade.Um dia ele não voltou para casa, nem tão pouco me voltou a ir buscar à escola. O meu pai decidiu manda-lo abater!Ainda hoje a versão que corre é de que teria mordido a uma "matrafona" com quem o pai andava metido na altura. Eu na verdade fiquei muito triste e só a presença do outro animal da casa, o gato "Cossaco" conseguiu de alguma forma atenuar esta perda, que foi a primeira perda de um fiel amigo, depois dele outras alegrias e tristezas com animais se seguiram, incluindo o facto que levou a que hoje eu me considere racista, e recentemente a perda de um outro animal me fez tanata lastima, um outro fiel amigo de 12 anos "Lord", morreu nos meus braços, e como me doeu, como sofri nesse dia, como revivi nessa hora tudo o que já tinha sofrido nos meus primeiros anos de vida com a perda de uma amigo especial. Nos ultimos momentos que passamos juntos revi toda a sua vidam, conjuntamente com a minha vida, tantos momentos bons e engraçados, uma vida vivida ao lado de alguém que é fiel até´`a morte.O gato "Cossaco" foi lá para casa tal como o "Guedieiros" bebé, uma cria que foi criada a biberom, e era um animal unico, na realidade arraçado de ginete, tinha um pelo cinzento lindo, que quando se lhe passava a mão pelo lombo mudava de cor, um delino de se lhe tirar o chapeu, tinha tanto de meigo como de autentica fera. Acompanhou a minha irmã até quando esta casou. Soube que tinha sido necessário manda-lo abater a tiro pois virou o chamado "pilha-galinhas" não havia galinheiro que escapa-se à sua furia devastadora, só por puro prazer de matar, pois comida não lhe faltava em casaO meu amor pelos animais não tinha fim, o primeiro animal adoptado por mim foi uma simpatica cobra que todos os dias ia beber água, na torneira da mangueira de lavar o carro, que se encontra num tunel existente debaixo da casa, e que dava acesso directo da garagem a um pequeno jardim interior, que tinha no seu centro um poço, onde se olhava, olhava e não se via o fundo. Sempre achei, com a minha imaginação propria da idade, que aquele poço levava ao centro do mundo, pois como não tinha fundo...Sonhei inumeras vezes em me atirar a esse poço e ir caindo, caindo sem parar, a caminho do centro da terra!Ao que pode chegar a imaginação de uma criança!Mas uma coisa é certa, eu olhava e não lhe via o fundo, se bem que lá muito em baixo existisse água, mas muito lá no fundo mesmo.Nunca soube se esse animal, adoptado por mim, tinha vindo desse poço sem fundo, pois tal como apareceu, voltou a desaparecer!Durante muitos dias, eu no meu instinto paternal de salvaguarda animal, roubava leite do frigorifico familiar e dava-lhe de beber, na realidade o reptil bebia o leitinho todo, e deixava eu fazer-lhe festas. Eu nem sabia com que animal estava a lidar, até que um dia, a minha irmã desconfiada de tanto leite que eu levava para o andar inferior da casa, me seguiu, e ia morrendo quando deparou com o animal descansadamente a beber, e eu junto dele com a maior das calmas.Mandaram imediatamente acimentar todo o local e tapar o poço, a cobra não foi morta, mas também nunca mais veio beber a água ou o leite, e eu religiosamente, durante largos dias lá ia procurá-la e inclusivamente chamar pelo bichinho.Só anos mais tarde descobri que, embora tenha pavor dessa bicharada, tinha acabado por tratar de uma cobra, alimentando-a a leite e ainda por cima fazendo-lhe festas no lombo.As minhas aventuras no quintal da casa também passavam pela veia agricola, mas sem grandes resultados produtivos. Vi um dia na televisão, no programa do Engº Sousa Veloso, "Tv Rural", uma reportagem sobre a aplicação de estufas plasticas na produção de couves e alfaces, e o aumento exponencial da produtividade, e desde logo decidi: "Eu também vou contribuir cá para casa! Vou plantar couves e alfaces!"Se melhor o pensei, ainda melhor o executei; e assim num dia de Feira Local, decidi ir investir, arrajei maneira de surripiar umas quantas sacas de sementes de couves e de alfaces, e no dia seguinte meti mãos à obra, arranjei plásticos, uns bocados de velhos guarda-chuvas e preparei umas quantas mini-estufas no quintal, efectuando uma sementeira de alfaces e couves, com uma cuidada rega diária incluida.Ainda hoje espero que as couves e alfaces surjam. Nunca nasceram, não sei se pela qualidade das sementes ser boa??? ou se porque em estufa, no Norte de Portugal, essas culturas não se dão.Fiquei com uma frustração tremenda, que só me veio a passar anos mais tarde, em Africa, em Moçambique no Songo - Cahora Bassa, onde construi umas estufas bem maiores, e consegui fazer vingar todo o tipo de culturas horticulas desde couves a cenouras, com bastante sucesso em termos de quantidade e qualidade.Posso não ter saido profissionalmente Engenheiro Agronomo. Posso nunca ter tido uma quinta, granja ou fazenda, mas estou certo de que sei plantar couves, alfaces e outras especies horticulas, por isso o defeito não devia ter sido meu ao efectuar a plantação em Cinfães.A minha veia para a agricultura, para ter um bocado de terra minha e cultivar alguma coisa, vem de longa data.A familia Massapina, tinha o meu avô e o meu tio como Engenheiros Agronomos, e era a minha grande ambição profissional de juventude, vir a seguir os seus passos em termos de profissão.Não se concretizou esse sonho, nem tão pouco até hoje, o sonho de um dia ter uma quinta ou uma granja minha, para poder ter algumas culturas e desfrutar da companhia de alguns animais, no fundo coisas simples como um cavalo, uma vaca, um burro, umas quantas galinhas e patos, para animar alguns dias de descontracção.Com o passar do tempo, a vida vai trazendo surpresas, e um dia descobri que não via bem. Havia momentos em que conseguia vêr duas imagens sobrepostas. Achei aquilo muito engraçdo no inicio, mas depois foi o fim. Não conseguia vêr bem televisão e muitas vezes ficava coma vista parada num determinado objectivo, mesmo querendo olhar outro.Lá carregaram comigo para o Porto para um Oftalmologista, e o resultado final foi verificarem que tinha estrabismo e parilisia.A unica forma de resolver o problema era operar, ou com o passar do tempo acabava por ficar cego.Entrei em parafuso, lá ia para o Porto dias sem fim para testes, e mais testes, exames e mais exames. Meter leões em jaulas imaginárias, caçar focas e ursos, eu sei lá já as imagens que apareciam naquelas máquinas infernais. Tapavam uma vista e ia para a maquina, destapava e tapava a outra vista e ia para a maquina novamente, dias sem fim de viagens, Cinfães - Porto, Porto - Cinfães, uma fortuna só em viagens, e no fim lá fui operado.No dia em que entrei para a clinica no Largo da Boavista no Porto, para ser operado, à entrada da clinica estava um cego a pedir esmola, e este episodio ficou gravado para todo o sempre na minha memoria; olhei para ele e disse á minha mãe: "Mãe e se eu ficar como ele, o que vou fazer da minha vida? Também vou andar na rua a pedir esmolas?" ela respondeu-me prontamente: "Não filh



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