BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Nazismo - A democracia vazia (2ª parte)
(Eliy Wellington Barbosa da Silva)

Publicidade
Em 1930 os nazistas se tornam nas urnas, o segundo maior da Alemanha (elegendo 107 membros) e Hitler foi nomeado Chanceler. Mas cerca de um ano depois aconteceu algo decisivo para subida de Hitler ao poder: o presidente Hindenburg morreu. O Parlamento - então presidido pelo herói da aviação alemã e viciado em morfina Hermann W. Goering - deu plenos poderes a Hitler, que passou a acumular os cargos de Chanceler e Presidente.
Com tanto poder político, Hitler resolveu se auto-proclamar Fuhrer, isto é, guia, chefe e condutor. E assim instala o Terceiro Reich, que pretendia ser um reino de mil anos.O Partido Nazista ia afastando todos os que tivessem idéias contrárias a eles, utilizando métodos dignos de um partido de trabalhadores: espancamentos, seqüestros, coação e assassinatos de operários, sindicalistas, socialistas e comunistas. Muitos membros do partido e militares antigos não estavam contentes com o rumo tomado por Hitler, como o homossexual Ernst Roehm (amigo íntimo de Hitler, morto com 3 tiros), Gregor Strasser (baleado em seu escritório), General Kurt von Schleicher (enforcado) e outros 1354 altos funcionários do Governo e do Partido Nazista que foram assassinados. Após este Expurgo sangrento, ocorrido em 1934, os pontos divergentes do programa partidário foram unificados.
Mas o que levou este completo desconhecido, vesgo e ligeiramente manco a conquistar tanto poder?
Hitler apareceu numa Alemanha derrotada na 1ª Guerra Mundial (1914); humilhada e desonrada pelo Tratado de Versalhes (1919); invadida pela França (1923) que havia tomado o Vale de Rhur, onde ficavam as principais industrias alemãs; sofria uma das maiores inflações da História, em outubro de 1923 o dólar chegou a valer 8 bilhões de marcos; e cerca de 26,3 % da força de trabalho estava desempregada (janeiro de 1933).
Em um momento conturbado e crítico como este, foi fácil para Hitler comover a multidão com seu discurso irado e seus gestos dramáticos. A atriz, bailarina e cineasta oficial do nazismo Leni Riefenstahl, descreveu no seu livro The sieve of time (A peneira do tempo – 1987):
“A primeira vez que ouvi falar de Hitler foi (...) em abril de 1932. Notei como as pessoas ficam emocionadas quando falavam a favor ou contra ele, então fiquei interessada e fui ouvi-lo. Foi como ser atingida por um raio. Naquele discurso ele só falou em paz e trabalho, e nos males de uma sociedade de classe – não falou uma palavra sobre racismo. (...) Quando o ouvi, fiquei imediatamente convencida de que ele poderia nos salvar do abismo que parecíamos estar confrontando.” (FSP, Pág. 6-5, 29 de novembro de 1992)
Quando em 1934 foi feito um filme sobre o Dia do Partido em Nuremberg – chamado O triunfo da vontade – o vice-presidente nazista Walther R. Rudolf Hess (que cometeu suicídio em 1987, aos 93 anos) “só falou em paz... e trabalho... contra o desemprego... nem uma palavra sobre judeus ou qualquer coisa ideológica.” (FSP, Pág. 6-5, 29 de novembro de 1992)
Naquele dia ocorreu a mais poderosa e cuidadosamente planejada demonstração da ideologia nazista. Cada orador, principalmente Hitler, destacou que “uma sociedade baseada na harmonia e no ‘pertencer’ interior (‘zusammengehokigkeit’) – deve obviamente rejeitar aqueles que não pertencem a ela – àqueles que, devido a suas origens, não podem estar em harmonia com ela.” (FSP, Pág. 6-5, 29 de novembro de 1992)
O Fuhrer havia alcançado mais que mera popularidade. Hitler era adulado, idolatrado e adorado por seus seguidores. Era uma religião. Ele havia escrito que “o futuro do movimento (nazismo) depende do fanatismo, mesmo da intolerância, com a qual seus adeptos o defenderem como única causa justa e defenderem-na em oposição a quaisquer outros esquemas de caráter semelhante.” (Minha Luta, Pág. 223, edição de 1983)
Em seu livro Por dentro do III Reich, o arquiteto de Hitler, Albert Speer – que foi condenado a 20 anos de prisão pelo tribunal em Nuremberg - registrou:
“Naquela época, eu admirava tais discursos. Certamente, na minha opinião, muito mais pelo conteúdo pensador do que pelo brilho da retórica. Quando entrei em Spandau, pretendia relê-los, quando voltasse à liberdade. Eu supunha encontrar neles algo do meu antigo mundo, quando não me repelira. Vi-me porém desiludido. Os discursos tinham significado muito para mim, naquela época. Agora estão vazios de sentido, sendo superficiais e vãos (...). Não pude compreender por que as palavras de Hitler me impressionaram tão profundamente naquele tempo. A que se devia isso?” (Por dentro do III Reich, Pág. 73, edição de 1975)



Resumos Relacionados


- Nazismo - Racistas! (1ª Parte)

- O Nazismo

- Quem Foi Adolf Hitler?

- Nazismo

- Nacional Socialismo



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia