BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Contos Urbanos 5
(Luís Henrique Tamura)

Publicidade
Nos anos 60, um menino seguia de mão dada com sua mãe e seu irmão mais velho na outra mão da mãe. Ela entrava em uma loja de utilidades domésticas de um certo comerciante judeu. A loja tinha o nome de Casas Bahia. O comerciante judeu deu este nome porque quando seguia pela região do Grande ABC paulista, não versava ainda muito bem o português e por isso necessitava de um intérprete, mas se esforçava para aprender e fazer uso do dialeto. Nas tentativas que fazia, perguntava de onde eram seus compradores e cada um respondia sua origem citando seu Estado da Federação brasileira. Uns falavam em Pernambuco, outros Bahia, outros Ceará, mas o nome Bahia pareceu de fácil pronuncia e também era a origem de uma parte significativa dos seus compradores.Para agradá-los e para ter a pronúncia mais fácil ele denominou assim a sua loja.A mãe e seus filhos entrava na loja quando foram avistados pelo sr. Samuel Klein dono do estabelecimento que lhes recebeu assim: "Dona Amélia, que prazer em vê-la de novo na minha loja!". A sra. Amélia se surpreendeu com o fato do sr. Klein ainda se lembrar do nome dela, afinal de contas já estava completando um ano que ela não voltava para o local e considerando o número de compradores diários, era uma grata surpresa saber que o sr. Klein ainda lembrava dela e do seu nome.O sr. Klein lhe indagou em seguida: "O que a sra. veio fazer aqui dona Amélia?", evidentemente ele já sabia, pois era o método que ele havia instituído desde esta época e tanto serviu e funciona que é aplicado até hoje.Ela respondeu: "Eu vim aqui para pagar a última parcela da minha prestação.". "Ah sim, claro, pode ir até o caixa então, fique à vontade, a casa é toda sua".A dona Amélia pagou a prestação e quando ia saindo foi interpelada pelo sr. Klein novamente. Ele próprio pegou um dos seus filhos no colo, colocou em uma poltrona da loja e fez um sinal chamando um fotógrafo. O fotógrado tirou uma foto da criança e isso se repetiu com o outro menino. O sr. Klein ordenou que revelassem as fotos e mandassem gratuitamente para a casa da dona Amélia como presente do sr. Klein.Em seguida, dona Amélia foi trazida pelo sr. Klein para um setor da loja e o homem lhe disse: "Dona Amélia eu tenho uma coisa para a sra. e sua família, é um presente meu, esta mesa e estas quatro cadeiras eu quero lhe dar de presente. A sra. não vai pagar nada, eu quero lhe dar de presente e a sra. fique à vontade para escolher qualquer coisa da loja para comprar."A dona Amélia ficou muito constrangida e grata pela gentileza, mas sem saber bem o que dizer diante de tudo aquilo. "Muito obrigada", ela disse, "Mas eu não preciso de nada em minha casa, tenho de tudo, mas..., bem..., eu poderia trocar o meu guarda roupa".A dona Amélia tinha entrado na loja para pagar a última prestação de um jogo de sofás que tinha adquirido e que pagava em doze parcelas iguais. As onze parcelas poderiam serr pagas em qualquer banco, mas a última parcela só poderia ser aceita em uma loja das Casas Bahia.O sr. Klein pode ser contestado pela forma como aplica seu lucro sobre tudo o que comercializa, mas não pode ser apresentado como fraudador, ou por falta de escrúpulos.Se o império Casas Bahia é o maior varejista do Brasil na atualidade, teve principalmente a capacidade e visão comercial de um empreendedor. A dúvida que fica é se o seu único filho terá capacidade de pelo menos manter tudo o que o pai conseguiu conquistar.



Resumos Relacionados


- A Pata Da Gazela

- A Pata Da Gazela

- A Pata Da Gazela

- A Pata Da Gazela

- A Pata Da Gazela



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia