" Incompatibilidades" ( Poema)
(António Miranda Fernandes)
Incompatibilidades ; Noite quente de outono, O encontro, uns agrados, Duas taças de vinho sobre A mesa e no ar a certeza De se amarem por toda vida. Uma fresta nessa verdade Abala as juras de amor. Há o cheiro de saudade, Não se sabe de onde, Nem de quando. Veio manso, com o vento, Deixando inquietude. Um intumescimento, em tempo, Denuncia as ansiedades do corpo, Na expressão confusa, Das necessidades dos abusos. Um assume, o outro recusa, As atitudes. Uma lágrima cadente, Deixa-me entrever o protesto E te deixo descontente. Os desejos se tornam lassos, Esmoreço meu manifesto. O cansaço, o desabraço, Brigamos. A alvorada, por esse nada, Tentará o nosso laço desfazer E até nós dois acharemos Fácil enfrentar o vazio De nos dividirmos em cacos. Aquietamos... Se arrependimento matasse, Provavelmente, Morreríamos abraçados No jurado amor para sempre.
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