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O Telegrama de Ataxerxes
(Aníbal Machado)

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Por volta de 1940 - O humilde João Ataxerxes mora no sítio da Pedra Branca com sua esposa, Esmeralda, e sua filha, Juanita. Certa noite, ele entra num estado de grande euforia. Fica certo de que o novo presidente da república foi seu colega de colégio. Na época, o chefe da nação era conhecido pelo apelido de Zito. Ataxerxes acha que é sua chance de mudar de vida. Abandona o sítio e parte com a família para o Rio de Janeiro.
No Rio, eles se hospedam numa pensão simples, chamada “Estrela do Norte”. Os donos da pensão são o italiano Miguel Zamboni e sua esposa, Cacilda. A filha do casal de proprietários, Isabela, logo faz amizade com Juanita. Miguel e Cacilda sofrem de inveja do irmão mais novo de Miguel, Pietro Zamboni, que também é hoteleiro, mas progrediu mais do que o irmão mais velho. Atualmente, Pietro e a esposa, Cecília, têm um hotel de luxo, ficaram ricos, e não cansam de humilhar os parentes mais pobres, donos da simples pensão “Estrela do Norte”. Miguel e Cacilda, magoados, sonham em dar o troco um dia, alcançando um sucesso ainda maior.
Na cidade grande, Ataxerxes fica escrevendo inúmeras versões de um telegrama para o presidente. A idéia é reencontrar o velho amigo e conseguir algum cargo bem lucrativo. Mas Ataxerxes não sabe se opta por um estilo mais empolado ou um mais simples, se chama o presidente pelo nome inteiro ou pelo apelido de Zito. O telegrama transforma-se, enfim, numa obsessão.
Na pensão, um GARÇOM vê uma versão do telegrama por cima do ombro de Ataxerxes. Logo, todos os hóspedes ficam sabendo que ele é “amigo do presidente”. Ataxerxes começa a ser bem tratado, principalmente pelos donos da pensão (Miguel e Cacilda) que sonham em conseguir um empréstimo para construir um hotel mais vistoso do que o dos parentes convencidos (Pietro e Cecília).
Ataxerxes saboreia por algum tempo o gosto de ser bem tratado. Como “amigo do presidente”, faz novos amigos, conhece mulheres, gasta fiado nos bares e nos bordéis. Mas os problemas também vão aumentando: diante das belas cariocas que conhece na boêmia, seu amor pela esposa Esmeralda começa a esfriar. As dívidas na pensão vão se acumulando, o sítio Pedra Branca, abandonado, acaba sendo hipotecado e, posteriormente, perdido. Ataxerxes percebe que precisa encontrar de fato o presidente. Começa a ir pessoalmente ao palácio do Catete, onde o tratam como palhaço. Ele espera horas e nunca consegue uma audiência. Todos riem do pobre coitado que afirma ser amicíssimo do presidente.
Enquanto isso, a bela e jovem Juanita, vai descobrindo a cidade grande. Fica deslumbrada e, com o tempo, levemente desequilibrada. Com medo dos homens que mexem com ela na rua, Juanita agarra-se a uma paixão recentemente descoberta: a dança. A filha dos donos da pensão, Isabela, leva-a a uma aula com um professor russo e, desde então, Juanita foge da realidade dançando. Ela sonha “dançar as coisas”: dançar as ruas, dançar um incêndio, dançar o mar.
Ataxerxes começa a ser pressionado pelos inúmeros “amigos” que o ajudaram e lhe emprestaram dinheiro em nome de suas relações tão íntimas com o presidente. A dona da pensão, Cacilda, já começa a duvidar da veracidade da estória. Força o marido a hospedar a família de Ataxerxes num casebre pobre na periferia. Miguel concorda, mas permanece acreditando na estória de Ataxerxes. Isabela também continua sendo a melhor amiga de Juanita.
Esmeralda, com saudades do sítio agora perdido e incapaz de se adaptar à cidade grande, adoece e acaba morrendo. Juanita começa a receber a proteção de uma viúva inglesa que a viu dançando (há um clima lésbico sugerido pelo escritor no apoio que essa viúva dá à jovem dançarina).
Infeliz com as dívidas, com a morte da esposa e com sua dificuldade de entender a filha, fechada em seu mundo da dança, Ataxerxes decide fazer um “ataque direto” ao presidente. Ele está certo de que Zito também está sendo impedido de vê-lo. Acredita que, só de pousar um olhar sobre ele, o amigo de infância se lembrará de tudo, de toda a amizade do passado e, então, fará com que ele ganhe o cargo que lhe é de direito, o empréstimo que lhe é devido, a nova vida com que sempre sonhara. Com a ajuda de Miguel, Ataxerxes escala o muro da mansão do presidente. Grita lá para dentro: “Zito! Ziiiiito!”. Ouve-se um tiro seco. Ataxerxes morre pobre, sem ser visto por seu velho e poderoso amigo. Miguel, mais tarde, pergunta se o presidente soubera da morte de Ataxerxes. O agente da polícia diz que não. “Para que incomodar Sua Excelência?



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