In Vino Veritas
(Igor Vinicius Sartorato)
In Vino Veritas
Não é de hoje que a humanidade enche a cara, disso qualquer pudim de cachaça sabe. Para a felicidade geral da nação cachaceira, hoje em dia dispomos de uma variedade quase infinita de biritas para agradar a todos os gostos: cerveja, cachaça, conhaque, licor...
Mas, o que a maioria não sabe, é como surgiu a primeira bebida alcoólica, e com ela a tradição mundial de encher o caco de manguaça. Por isso, sinto-me no dever de esclarecer este embriagante mistério da história humana.
Na antigüidade, ainda nos primórdios da civilização humana, não existiam bebidas alcoólicas, e as pessoas normalmente bebiam água, leite, ou, para aqueles mais refinados, suco de frutas. Naquela época (que pode parecer funesta para os mais etilicamente aficcionados), era comum comemorar datas importantes com fartos banquetes, e entre os homens ricos possuía mais status aquele que oferecesse o festim mais suntuoso. E foi graças a este costume pitoresco que a profissão de cozinheiro alcançou um grande prestígio. A alta sociedade estava sempre atrás dos melhores cozinheiros, e os realmente bons alcançavam grande riqueza e fama, sendo cada vez mais procurados e tendo cada vez mais trabalho. Por isso tornava-se necessário contratar vários ajudantes, e estes auxiliares costumavam chamar os cozinheiros de “Chefes”.
Um dia, o soberano do maior império da época decidiu dar o maior banquete que já ouvira falar para comemorar o casamento de sua filha, ele pretendia convidar todos os nobres dos reinos vizinhos, assim como todo o povo de seu império e qualquer outra pessoa que quisesse comer de graça. Para realizar tal feito, ele contratou com meses de antecedência o melhor “Chefe” do mundo conhecido, e pôs a sua disposição todo o dinheiro que necessitasse. Para o cozinheiro era a chance de ouro: se o festim fosse bem sucedido, ele seria considerado por todos como um verdadeiro deus, em compensação, se ele fracassasse o imperador estaria desmoralizado, e isso provavelmente acarretaria em sua execução. Estando nesta sinuca de bico, ele contratou a maior número de ajudantes que pode encontrar, e começou imediatamente a encomendar os mantimentos necessários e preparar os pratos que pudessem ser estocados até o dia do banquete, como carnes secas e defumadas, queijos, legumes em conserva e geléias e compotas para a sobremesa.
Mas foi aí que surgiu um problema: os pratos perecíveis poderiam ser preparados com um ou dois dias de antecedência se todos os ajudantes trabalhassem ao mesmo tempo, mas as bebidas teriam de ser preparadas com muita antecedência, pois para garantir o sucesso de qualquer festa é necessário que não falte bebida, e pela quantidade estimada de convidados seria necessário realmente muita bebida. E como a bebida mais fina da época era suco de frutas e o imperador possuía imensos vinhedos, não ouve dúvidas, a bebida escolhida era suco de uvas. Só que o “Chefe” percebeu que da maneira convencional eles perderiam muito tempo, então depois de muito pensar ele teve uma idéia, encheu enormes bacias com uvas, e para esmagar as frutas mais rápido, ele e seus ajudantes tiravam os sapatos e as pisoteavam, fazendo assim grandes quantidades de suco de uma só vez. Depois foi só guardar o suco pronto em vários barris, e com essa técnica inusitada ganharam muito tempo para poder se preocupar com outras coisas.
Passou o tempo e chegou o dia do festejo, tudo estava pronto e perfeito como deveria ser, até o suco precisar ser servido. Quando abriram os barris, perceberam pelo cheiro que estava tudo estragado, mas não havia mais tempo e o “Chefe” decidiu arriscar, mandou servir assim mesmo e já começou a escrever seu testamento.
Foi aí que algo estranho aconteceu. As pessoas começaram a ficar eufóricas, e quanto mais suco bebiam, mais bêbadas ficavam. O que aconteceu foi que, quando eles pisotearam as uvas, os fungos das frieiras, pés-de-atleta e outras “perebas” dos pés dos ajudantes entraram em contato com o suco e fermentaram, produzindo álcool, e foi assim que surgiu o vinho.
Todos gostaram muito da nova bebida, e o imperador recompensou imensamente o “Chefe” pelo sucesso de sua festa, que daí por diante começou a criar mais e mais bebidas alcoólicas, o que levou outras pessoas a criar outras “biritas”, até chegarmos a imensidão de “cangibrinas” dos dias de hoje, para a felicidade dos beberrões de todo o mundo.
por Cudelino
(colaborador e pingusso de fim de semana)
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