Febre reumática
(Harrison)
Febre reumática
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Doença causada exclusivamente por infecção de garganta (pele não) pós-estreptococos ?-hemolíticos grupo A (piogenes)
A doença surge a partir de 1 semana após a infecção primária.
Anticorpos antiestreptococos atacam articulações, pele, coração, núcleos da base.
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Sinal patognomônico da febre reumática: nódulos de Aschoff no coração (não é usado com freqüência no diagnóstico).
O diagnóstico baseia-se nos critérios de Jones.
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Critérios maiores
Poliartrite (70 %) – grandes articulações, migratória, assimétrica; dura no máximo 4 semanas
Cardite (50 %) – pode deixar seqüelas; duara 8 semanas
Coréia (20 %) – manifestação mais específica; pode surgir até 6 meses após o início do quadro.
Nódulos subcutâneos (5 % )
Eritema marginado (5 %).
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Obs.: a pericardite da febre reumática tem aspecto de “pão com manteiga”.
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A endocardite deixa seqüelas; a válvula mais lesada é a mitral (insuficiência/ regurgitação).
Lesão aguda ? regurgitação mitral (sopro holossistólico ou irradiação axilar)
Lesão crônica ? estenose mitral.
Pode também haver sopro d Kerey Coombs (diastólico).
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Rx.: aumento da área cardíaca
Para saber se o aumento é do pericárdio ou miocárdio, ECO ou ECG (há supradesnivelamento de ST na pericardite; para diferenciar do supra do IAM: pericardite mostra supracôncavo e em qualquer derivação; IAM: derivações específicas).
Pode haver também alargamento do intervalo PR.
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Coréia (ac contra núcleos da base)
Pouco mais freqüente em mulheres, adolescentes
Melhora com repouso; piora com estresse emocional
Pode haver labilidade emocional, desartria, fala arrastada, disgrafia
Tratamento: haloperidol (aldol)/ ácido valpróico.
Nódulos subcutâneos: menores que a AR.
Eritema marginado: lesão serpinginosa, não pruriginosa.
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- Diagnóstico: 2 critérios maiores ou 2 menores e 1 maior.
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- Critérios menores
Febre
Artralgia (na ausência de artrite)
Reagentes de fase aguda (VHS, PCR)
Alargamento do intervalo do intervalo PR
Febre reumática prévia.
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PCR: primeiro a subir e a cair.
VHS: segundo a subir e sofre interferência de medicamentos.
Mucoproteínas: ?2 macroglobulina (mucoproteína B).
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Obs.: critério obrigatório ? infecção faríngea estreptocócica recente (ASO, anti DNA se B, anti-hialuronidase)
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A presença isolada de coréia pode fazer diagnóstico
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Tratamento – fase aguda
Poliartrite, febre, sintomas gerais ? AINE (AAS); boa resposta – às vezes impede avaliação do padrão do acometimento articular, dificultando o diagnóstico. Faz-se, então, paracetamol até o padrão configurar.
Cardite: imunossupressão – predrisona 1-2 mg/ Kg/ dia
Coréia ? haloperidol/ a´cido valpróico.
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Profilaxia
Primária – paciente com infecção de garganta (bacteriana)
Penicilina G benzatina dose única IM (alternativa: pen-V-oral; eritromicina).
Secundária – reduz recidiva de 20 % para 2 %
Penicilina G benzatina IM de 21 em 21 dias
Com cardite: para sempre
Sem cardite: até 18-21 anos (mínimo 5 anos após último surto)
Com cardite curada ou sopro leve: até 25 anos (mínimo 10 anos após último surto).
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Resumos Relacionados
- Febre ReumÁtica O Que é?
- Bacterias
- Reumatologia - Artrite Reumatóide
- Tratado De Cirurgia
- Tratado De Medicina Interna
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