Resumo de O Alienista - Machado de Assis

Segunda metade do séc. XIX - Na pequena vila de Itaguaí, próxima ao Rio de Janeiro, o doutor Simão Bacamarte é respeitadíssimo por seus conterrâneos. Considerado um gênio da medicina, as descobertas científicas do doutor são consideradas irrefutáveis. A partir dos 34 anos, o famoso doutor Bacamarte decide se especializar num ramo da medicina ainda pouco explorado: o estudo da mente e de suas patologias. Aos 40 anos, Bacamarte se casa com dona Evarista da Costa e Mascarenhas, 25 anos, "não bonita, nem simpática", mas pacata e submissa como convém ao temperamento dominador do marido. Na cidade, o melhor amigo de Bacamarte é o boticário, Crispim Soares, casado com dona Cesária, por quem é apaixonado. Também temos o Padre Lopes, confidente e confessor do médico. Decidido a estudar a fundo os meandros da mente e da loucura humana, o doutor Bacamarte propõe à Câmara de vereadores da cidade a criação de uma clínica, uma "casa de doudos". Após muita discussão, os vereadores aprovam a construção de um enorme prédio para o hospício. Por conta de suas janelas verdes, o edifício fica sendo conhecido como "Casa Verde". Inicialmente, o doutor Bacamarte interna no manicômio alguns loucos evidentes da cidade. Temos o Falcão, um louco de 25 anos que pensa ser a estrela d´Alva e que fica de braços e pernas abertos imitando o astro. Também João de Deus, um louco que pensa ser o próprio Criador. Ainda há Garcia, um doido sempre mudo, pois teme que a potência de suas palavras derrubaria as estrelas do céu. Nesta fase inicial, a cidade aprova o trabalho do alienista Simão Bacamarte. Os habitantes de Itaguaí sentem-se protegidos por saber que seus lunáticos estão sendo tratados. Mas as convicções científicas do doutor começam a mudar e ele passa a recolher no sanatório pessoas antes consideradas normais. Qualquer desvio de conduta ou caráter começa a bastar para a internação. É assim que, entre muitos outros antes considerados normais, o jovem Martim Brito, 25, maior namorador da cidade, vai parar nos cubículos do asilo. Mateus, orgulhoso por ser o dono da casa mais luxuosa da cidade, também é internado. Itaguaí começa a viver um período de terror. Todos temem ser internados. A câmara começa a organizar um movimento para boicotar o hospício, liderado pelo vereador Sebastião Freitas. Um movimento popular começa então a se formar, liderado pelo barbeiro Porfírio, conhecido como o "Canjica". Os revoltosos, que também ficaram conhecidos como "os canjicas" saem à rua com paus e pedras, dispostos a destruir o hospício. Até Crispim Soares, melhor amigo de Bacamarte, bandeia-se para o lado dos insatisfeitos. A polícia chega para reprimir o movimento e alguns policiais passam para o lado dos Canjicas. Mas, diante do asilo, o doutor Bacamarte faz um discurso tão convincente que o movimento esfria. Claro que, em seguida, o barbeiro Canjica vai parar na camisa de força. As atitudes de Bacamarte vão se radicalizando. Ele prende a mulher de Crispim Soares e até sua própria esposa. De repente, o doutor Bacamarte anuncia uma mudança em seus métodos. Ele resolve que sua teoria estava errada até então. Que a correta é justamente a oposta. Segunda a nova teoria, o normal é ter desvios de conduta. As pessoas sem defeitos e deficiências é que são as loucas. Bacamarte solta então todos os loucos do hospício e começa a prender todos os "sãos". O vereador Sebastião Freitas, por exemplo, que se retratara na câmara a favor de Bacamarte. Também Gil Benardes, considerado o homem mais cortês e gentil da cidade. O terror continua, portanto, com nova face. Agora ser equilibrado é que é perigoso, passaporte para o manicômio. Finalmente, porém, o doutor Bacamarte dá mais uma guinada em sua teoria. Ele convoca seus melhores amigos, as pessoas em quem mais confia e chega à conclusão, juntamente com eles, de que o único homem totalmente equilibrado da cidade é ele mesmo. Certo disto, Bacamarte solta todos os internados. Fecha-se ele mesmo na Casa Verde, sozinho, para nunca mais sair.

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