A Recém Ordenada Teoria da Deriva Continental
(Luís Henrique Tamura)
Em 1917 um certo meteorologista alemão, Alfred Lothar Wegener (1880-1930), lançou um livro intitulado "Teoria da Deriva Continental", "The Origin of Continents".
Neste livro ele se baseu na conformidade entre a costa brasileira e a costa africana ocidental para defender a tese de que os continentes estiveram unidos no passado.
Em seu tempo foi ridicularizado por toda a classe científica internacional, tendo como seu principal opositor o geólogo norte-americano Harold Jeffreys que escreveu o livro "A Terra" em 1924.
Jeffreys defendia que não havia confirmação de animais do Mezozóico e do Terciário em solo americano no mesmo período, tanto quanto a própria conformidade defendida por Wegener que não seria tão perfeita assim.
Um talentoso geógrafo da Universidade da Tasmânia resolveu fazer pesquisas em águas profundas e descobriu que a conformidade é mais precisa e muito exata quando verificamos à 200 km da costa dos dois continentes, Jeffreys nunca se pronunciou a respeito.
Alfred Lothar Wegener era ridicularizado por ser um meteorologista e todo seu trabalho nunca foi respeitado.
Wegener dizia que se rasgássemos um jornal teríamos tantas evidências pelos dois lados, seja pelo contorno dos cortes, seja pelas partes das letras, seja pela seqüência das palavras, que ficaria impossível desacreditar que estivessem unidas anteriormente.
Ele já havia conseguido obter provas por meio de fósseis de vegetais e minerais nos EUA e Europa com a mesma conformidade geológica e período geológico.
Atualmente se sabe que as conformidades são ainda maiores pela presença de cordilheiras montanhosas no Continente Africano que tem sua continuidade em solo argentino. Presença de anfíbios, répteis e animais diversos presentes em depósitos de argila no Estado de São Paulo que só são encontrados no continente Africano na mesma conformidade geográfica.
Wegener acabou morrendo preso nas neves da Groelândia tentando captar fósseis de vegetais para comprovar a conformidade geológica para a Região e a Noruega.
Em 1976 diante de tantos trabalhos espalhados por todos os cantos da Terra, foi realizado uma convenção internacional onde todos os trabalhos e pesquisas sobre a questão seriam apresentados.
Um dos trabalhos foi liderado por Fred Vine e Drummond Matheus da Universidade de Cambridge na Inglaterra no Oceano Índico e por meio de um instrumento de medição conseguiram captar estranhas linhas no soalho deste Oceano, registradas no equipamento em linhas alternadas como mais fortes e menos fortes.
Descobriram que se tratava de faixas mais fortemente magnetizadas e outras menos magnetizadas, com diferentes apontamentos para o Norte magnético terrestre.
Ao sofrer uma erupção vulcânica, o material expelido pelo vulcão em forma de lava concentra elevados níveis de ferro formando principalmente basalto e magnetita.
Este materia ao se solidificar tem a ordenação de suas moléculas fazendo apontar para o norte magnético no momento em que ocorreram. É um importante meio de se obter o posicionamento magnético da Terra em diferentes períodos.
No sopé da Serra Nevada, outra equipe fazia um trabalho para tentar descobrir por meio de exames dos restos de erupções vulcânicas, as diferentes posições para o norte magnético e seus períodos.
Esta equipe estava liderada por Allan Cox, Richard Doell e um cientista Brent Dalrymple da Universidade de Berkeley. Conseguiram comprovar 25 diferentes posicionamentos para o Norte magnético terrestre mas para suas frutrações, sem nenhuma ordem cronológica que conferisse determinar de quando em quando elas teriam ocorrido.
Apesar disso, os dois trabalhos que não se conheciam e eram contemporâneos, ao serem apresentados, serviram para derrubar em definitivo todas as teorias ficcistas pelas quais os continentes seriam estáticos.
Em ciência, quando se tem provas cabais sobre uma questão, derruba-se tudo o que era definido e passa-se a acatar tudo o que foi apresentado. Ou são totalmente contra, ou são totalmente à favor.
Mas como se trata de uma questão ainda muito recém ordenada, as melhore definições sobre as antigas formas e apresentações dos continentes agrupados, seguem em geral o que foi apresentado por Wegener, sem a devida ordenação e orientação pólo magnética, fazendo acreditar que todos os continentes agrupados estariam sob a mesma ordenação magnética que conhecemos.
Só para ter idéia do que estou tratando, uma das orientações magnéticas mais recentes faria com que o pólo norte da Terra estivesse no atual Mar Egeu, enquanto que outra anterior faria com que o norte magnético da Terra estivesse o sul da Índia e leste do continente africano.
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