Interlocução
(Maria Beatriz de Medeiros)
A comunicação gera, e é gerada pela, inteligência. - Interlligere- ler dentro, leitura interior. - A inteligência, em grego noésis, é plena de diálogo, conhecimento discursivo (diríamos, conhecimento, pura e simplesmente, já que o conhecimento discursivo é sempre conhecimento sensitivo, intuitivo, transpassado pela imaginário, e pleno de psiquismo). - dianóia; nóia, isto é, nós. - A inteligência é fruto do ser como um todo e com o todo, não havendo hierarquia nestes estados (na realidade um só estado) do ser. - O pensar, diálogo interior, também envolve todos os sentidos, o corpo todo, e o todo do corpo social. A comunicação que é gerada pela inteligência e gera inteligência, dá-se na interlocução: subjetividades dando-se à leitura interna recíproca. A comunicação exige reconhecimento de si no outro, reconhecimento do outro como um igual, ela é própria ao "nós originário" de Jean-Paul Doguet [7], onde o eu e o tu, seio de um nós, são reconhecidos como capazes de compartilhar o prazer sentido frente ao belo, belo capaz de dar prazer, universalmente –de um universalmente simbólico (Gérard Lebrun), sem conceito. A comunicação exige compartilhar com o outro, isto é, exige abertura, penetrabilidade e contaminações (sic). A comunicação existe quando ocorrem ações, ações nos interlocutores. A arte existe a partir do momento em que ocorre afecto no espectador. Na Performance Art, o afecto ressentido dá espaço à participação, gerando afecto no performer, logo, interlocução, interlocução com causa inexplicável e sem conceito. Assim, na comunicação, como na arte, a performance, não mesurável ou previsível, dá-se nos interlocutores. Ou ainda, haverá comunicação enquanto houver performance entre e nos interlocutores. A rede mundial de computadores, através da telepresença, pode ser rede mundial de comunicação.
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