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Maria Esther Bueno e Ronald Barnes
(Odir Cunha)

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A temporada de 1963 foi marcada pela melhor exibição brasileira em um torneio de Grand Slam. Maria Esther Bueno foi campeã de simples e vice nas duplas do US Open, mesmo torneio em que Ronald Barnes chegou à semifinal de simples e Thomaz Koch às quartas. A paulistana Maria Esther Andion Bueno já era uma tenista consagrada quando disputou o Pan. Disputava com a australiana Margareth Smith a primazia de melhor do mundo. Nascida no dia 11 de outubro de 1939 e criada em um sobradinho ao lado do Clube de Regatas Tietê, Maria Esther costumava passar tardes inteiras no clube e desde cedo desenvolveu um jogo agressivo e vistoso, influenciada pelo professor de tênis Henrique Terroni. Com um saque de potência nunca vista entre as mulheres e preferência pelo jogo de rede, aos 15 anos Maria Esther deu uma bela amostra de seu potencial ao vencer o prestigioso torneio infanto-juvenil Banana Bowl, em Miami, e aos 18 tornou-se campeã de duplas de Wimbledon, ao lado da norte-americana Althea Gibson. Em 1959, ano em que foi considerada pela primeira vez a melhor tenista do mundo, ganhou a chave de simples de Wimbledon e US Open e a de duplas do US Open, ao lado de Sally Moore. Entre 1957 e 1967 Maria Esther Bueno conquistou 65 títulos internacionais de simples, 90 de duplas, 15 de duplas mistas e foi vice-campeã 45 vezes. Em 1960, com parceiras diferentes, tornou-se a primeira mulher a fechar o Grand Slam de duplas, ou seja, ganhar os quatro torneios mais importantes do tênis. Ela venceu os Abertos da França (Roland Garros), Inglaterra (Wimbledon) e Estados Unidos (US Open) com a amiga Darlene Hard, dos Estados Unidos, e o Aberto da Austrália (Australian Open) com a britânica Christine Truman. Mas Maria Esther exigia demais do seu corpo, disputando também as competições de duplas e duplas mistas. Isso a debilitava e lhe acarretava muitos problemas clínicos e físicos. Em 1961 teve hepatite, em 65 começaram as contusões no braço, que se agravaram em 67, ano em que não conquistou nenhum título de simples. Em 69, com 29 anos, só conquistou um vice-campeonato, em Caracas. Em 74, aos 34 anos, dez anos depois de ter conquistado seu último título no torneio, Maria Esther voltou a Wimbledon para alcançar as quartas-de-final, último resultado expressivo de uma tenista brasileira em torneios de Grand Slam. Por fim, em 76, ganhou o torneio de Tóquio, encerrando uma carreira que a coloca entre as melhores tenistas de todos os tempos e uma das maiores estrelas que já participaram dos Jogos Pan-americanos. barnes, brasileiro da gema Há pouco tempo ainda se achava que Ronald Barnes — eleito como o melhor brasileiro no Pan de 1963 — era norte-americano ou inglês. Mesmo a imprensa não se dava conta de que o nome que aparecia nas semifinais do US Open de 1963 era de um brasileiro. Ora, Ronald Winston Barnes, um dos mais talentosos tenistas brasileiros da história, era filho de ingleses, mas incorporava como poucos a fleuma britânica com a versatilidade carioca. Nasceu no Rio no dia primeiro de janeiro de 1941, a 20 metros do Country Club de Ipanema. Era bom no futebol e na natação, mas acabou se dedicando ao tênis, esporte que conheceu aos cinco anos. Aos oito anos já atuava como juiz de linha em jogos no Fluminense. Nessa época perdeu os dentes da frente e ganhou o apelido de “Vovô” que o acompanhou por toda a vida. Tinha facilidade para jogar. Seu golpe de esquerda era um primor, a ponto de ser estudado pela equipe australiana da Copa Davis. Ganhou o Brasileiro infanto-juvenil por cinco vezes e aos 17 foi campeão adulto. Aos 18 anos foi vice da chave juvenil de Wimbledon e campeão do Orange Bowl e da Sunshine Cup. Barnes ganhou dos melhores tenistas de sua época, como Rod Laver, Manuel Santana, Fred Stolle e Dennis Ralston, foi três vezes campeão brasileiro e medalha de ouro no Pan de 1963, mas poderia ter conquistado muito mais se tivesse uma vida mais regrada e tivesse uma preparação física melhor. De estilo boêmio, fumava e bebia, apreciava jogar cartas e curtir a noite. Não gostava de treinar e se gabava de nunca ter tido um professor de tênis. Considerado individualista, foi punido pela Confederação Brasileira de Tênis, então presidida por Paulo da Silva Costa. Suspenso, foi substituído por Edison Mandarino e não pôde ajudar o Brasil na campanha de 1966 que levou a equipe à semifinal da Copa Davis. Desiludido e alegando que a CBT tinha acabado com sua carreira, casou-se em 1967 (com Ella, venezuelana) e, aos 26 anos, abandonou a carreira, tornando-se professor de tênis nos Estados Unidos. Depois de morar na Filadélfia por 10 anos, onde também deu aulas de badminton e abriu uma loja de artigos esportivos, mudou-se para Miami em 1977, onde prosseguiu dando aulas de tênis em um resort. Passou os últimos anos morando em uma rua tranqüila de Nova York, mas ainda dando aulas para sobreviver. Morreu sem herdeiros, aos 61 anos, em 13 de dezembro de 2002, depois que um câncer na espinha o impediu de continuar a bater bola.



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