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Gilmar, o maior goleiro do Brasil
(Odir Cunha)

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Gilmar dos Santos Neves, nascido no bairro do Macuco, Santos, em 22 de agosto de 1930, vive em São Paulo.
Alto (1,81m) e magro (69 quilos), Gilmar era altivo, elegante, tinha reflexos rápidos e ótima colocação. Sabia que precisava passar tranqüilidade aos companheiros, e fazia isso como poucos. Se por acaso sofresse um gol defensável, nunca abaixava a cabeça. Ao contrário. “Depois de uma falha ele crescia e não deixava passar mais nada”, lembra Lima, seu companheiro no Santos.
Essas qualidades o fizeram titular absoluto do Santos e da Seleção Brasileira e lhe deram uma infinidade de títulos: oito estaduais, cinco do Rio-São Paulo, quatro da Taça Brasil (equivalente ao Campeonato Brasileiro), dois da Libertadores, dois Mundiais com o Santos e outros dois com a Seleção.
Mas a carreira do goleiro mais vitorioso do Brasil nem sempre foi um mar de rosas. Aos 16 anos nem conseguiu treinar no Santos, apesar de seu padastro ter conseguido um cartãozinho do presidente do clube, Athiê Jorge Cury. Então começou no Portuários, time amador da Companhia Docas de Santos. De lá, seu irmão, Alcides, o levou para o Jabaquara, time que disputava a primeira divisão do futebol de São Paulo, mas era um autêntico saco de pancadas. Gilmar já estava pensando em tentar um serviço público, quando foi contratado pelo Corinthians. Na verdade, o time paulistano queria mesmo era o quarto-zagueiro Ciciá, e Gilmar foi de contra-peso. Mas Ciciá fez apenas uma partida e Gilmar é que acabou ficando.
Mas após uma derrota estrondosa para a Portuguesa, por 7 a 3, disseram que ele tinha “amolecido” e o afastaram do time por seis meses. Só pôde se redimir no ano seguinte, quando fechou o gol numa excursão pela Europa, chegando a pegar três pênaltis numa mesma partida, contra a Seleção da Dinamarca.
Titular nos títulos paulistas de 1952 e 54, Gilmar ainda vivia uma fase maravilhosa quando jogou pela Seleção na Copa da Suécia, participando do momento mais importante da história do futebol brasileiro. Na volta, porém, encontrou um Corinthians enfraquecido, sem os craques Cláudio, Luisinho e Baltazar, e percebeu que a culpa das derrotas recaía sempre nas suas costas.
Em 1961, ao sair de um treino com o braço inchado, descobriu que estava jogando há meses com um tendão partido, daí a razão das fortes dores que sentia e que o médico do clube dizia não serem nada. Operou-se por conta própria e resolveu deixar o Corinthians. Para dificultar sua saída, o presidente Wadi Helu estipulou seu passe em dez milhões de cruzeiros, o dobro da mais alta transação da época, a de Mauro, do São Paulo para o Santos.
Aos 31 anos, Gilmar já estava conformado em acabar a carreira, quando surgiu o interesse do Santos (que contou com uma doação do empresário José Ermírio de Moraes e de um empréstimo na Federação Paulista de Futebol). O goleiro não ganhou nada. Melhor negócio para ele teria sido aceitar a proposta do Penharol, de Montevidéu, mas não quis para não deixar nada para o Corinthians: “O Peñarol ofereceu uns 12 milhões para o Corinthians, mais uma fortuna na minha mão, mas resolvi não ir. Não queria dar mais nenhum tostão para o Corinthians. Eles me judiaram demais”.
O contrato com o Santos foi assinado em dezembro de 1961. Em seguida o time iniciou uma excursão à América Central. Quanto voltou, Gilmar já era o titular. Em 1962, aos 32 anos, teve a melhor temporada de sua carreira, sendo campeão paulista, brasileiro, da Taça Libertadores e do Mundial Interclubes, além de bicampeão mundial com a Seleção Brasileira – pela qual atuou 103 vezes. Jogou pelo Santos até dezembro de 1969. Ao parar, gerenciou uma revendedora de automóveis, chegou a assumir o posto de supervisor da Seleção Brasileira e trabalhou na Secretaria Municipal de Esportes de São Paulo. Em 16 de junho de 2000 sofreu uma esquemia cerebral que paralisou 40% do seu corpo, prejudicando sua fala.



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