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O que é o pânico?
(Evaristo; M.)

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Etiologicamente pânico provém do grego panikos, «relativo a Pã» e significa que assusta sem motivo, terror súbito sem fundamento, alarme. Agorafobia também deriva do grego pela junção de ágora (praça pública dos gregos) mais phóbos (medo) e na língua portuguesa significa receio mórbido dos largos espaços vazios e dos sítios públicos. Freud foi o primeiro a descrever e classificar os ataques de pânico, denominando-os de acesso de angústia, no entanto, só no DSM-III (American Psychiatric Association, 1980) é que a perturbação de pânico / perturbação de pânico com agorafobia foi reconhecida como um problema de ansiedade distinto. Os pacientes com perturbação de pânico representam um fardo considerável para os serviços de saúde, uma vez que é usualmente associada a incapacidade significativa, e existem fortes evidências de que ela é um antecedente comum da agorafobia. Por estas razões esta perturbação é tão importante tanto para os psiquiatras como para os restantes técnicos de saúde. De acordo com o DSM-IV-TR, as taxas de prevalência ao longo da vida de perturbação de pânico (com ou sem agorafobia) em amostras comunitárias podem atingir os 3,5%, mas a maioria dos estudos encontrou taxas entre 1% e 2%. Aproximadamente um terço dos sujeitos diagnosticados com perturbação de pânico em amostras da comunidade também tem agorafobia, sendo a taxa desta muito mais elevada nas amostras clínicas. A perturbação de pânico com agorafobia é uma condição crónica, uma vez que alguns estudos retrospectivos até 20 anos de duração revelaram que 50% dos que sofrem desta condição continuaram a experimentar deterioração significativa e 85% continuou sintomática. Diversos estudos revelaram que a perturbação de pânico com agorafobia estava em alto grau associada (> 70%) a perturbações do Eixo I e do Eixo II incluindo: depressão, alcoolismo, abuso de substâncias, fobia social, perturbação da ansiedade generalizada, perturbação pós-stresse traumático, e todo o leque das perturbações de personalidade. As sequelas associadas com a perturbação de pânico com agorafobia incluem (para além da depressão, fobia social e perturbação de ansiedade generalizada): tentativas de suicídio, disfunção sexual e conjugal, adição a tranquilizantes, úlceras, hipertensão, tensão e enxaquecas, desemprego, dificuldades económicas e recurso excessivo aos sistemas de prestação de cuidados de saúde. Segundo o DSM-IV-TR, a principal característica de um ataque de pânico é um período distinto de desconforto ou medo intensos, acompanhado de pelo menos 4 de um conjunto de 13 sintomas somáticos ou cognitivos. O ataque tem um início súbito, por regra atinge o seu pico em forma de ansiedade crescente em 10 minutos, ou menos, e é frequentemente acompanhado por uma sensação de perigo ou catástrofe iminentes e por um impulso para a fuga. Ainda de acordo com o DSM-IV-TR os ataques que preenchem todos os critérios, mas que tem menos de quatro sintomas cognitivos ou somáticos são designados como «ataques de sintomas limitados». Existem três tipos possíveis de episódios de pânico: aqueles que são situacionalmente restritos, sempre e apenas desencadeados por certas situações (fobias específicas e fobia social); aqueles que têm uma natureza inesperada, desligados de qualquer relação com um estímulo situacional (pânico sem agorafobia) e aqueles que tendem a ser desencadeados por certas situações, embora tal não ocorra obrigatoriamente (pânico com agorafobia). Os ataques de pânico ocorrem em várias perturbações do humor e da ansiedade e não estão limitados à perturbação de pânico. Assim, a característica que define a perturbação de pânico não é a presença dos ataques de pânico per se, envolve ansiedade adicional acerca da recorrência do pânico ou das suas consequências ou uma mudança comportamental significativa devido aos ataques de pânico. Os ataques de pânico ocorrem nas pessoas de forma súbita, sem aviso prévio, fazendo-as sentir-se na iminência de morrer, enlouquecer, ou perder o controle. A vivência dum ataque de pânico provoca um estado geral de hipervigilância e apreensão em relação à possibilidade de ocorrer um novo ataque o que leva as pessoas a evitarem todas as situações associadas ao primeiro ataque e a adoptarem medidas preventivas. A maioria dos que experimentam ataques de pânico desenvolve uma forte ansiedade antecipatória em relação a estímulos externos que associam a uma maior probabilidade de recorrência do ataque, ou à percepção de ausência de ajuda adequada ou de soluções de coping no caso de vir a ocorrer um novo ataque de pânico. Nota: Resumo de trabalho académico.Referências: Dicionário da Língua Portuguesa(1991). Porto Editora.American Psychiatric Association (2002). DSM-IV-TR. Lisboa: Climepsi. Barlow, D., & Cerny, J. (1999). Tratamento Psicológico do Pânico. Porto Alegre: Artes Médicas Sul. Pires, C. (2003). Manual de Psicopatologia: uma abordagem biopsicossocial. Leiria: Editorial Diferença.



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