BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Tetsuo Okamoto, herói da natação brasileira
(Odir Cunha)

Publicidade
Um dos heróis brasileiros da natação, Tetsuo Okamoto só guardou velhos recortes de jornal para lembrar suas conquistas no Pan de 1951 e a medalha de bronze na Olimpíada de Helsinque, em 1952, a que ele dá mais valor. As medalhas do Pan – duas de ouro, nos 400 e 1.500 nado livre, e uma de prata nos 4x200 nado livre, fechando a raia que ainda teve Aram Boghossian, João Gonçalves e Ricardo Esberad Capanema - ele doou para o Yara Clube, de Marília, onde deu suas primeiras braçadas, aos sete anos, como parte do tratamento para curar a asma. Modesto, diz que não teria os mesmos resultados nos Jogos de Buenos Aires caso os norte-americanos tivessem levado sua melhor equipe e credita seu sucesso aos três meses que passou treinando com a equipe japonesa, que em 1950 passou um tempo se preparando no Brasil.
Treinar com a forte equipe do Japão, recordista mundial dos 4x200 livres, fez Okamoto mudar completamente sua rotina de treinos. Suas medalhas no Pan não o surpreenderam, nem o iludiram. “Eu sabia que não estava disputando com os melhores índices do mundo, o que aconteceria no ano seguinte, em Helsinque. Por isso resolvi me preparar melhor para a Olimpíada”, explicou depois.
Mas o inverno de 1952 mudou seus planos. A temperatura da água da piscina de Marília caiu para 14 graus e, três semanas antes da Olimpíada, Okamoto parou de treinar, com medo de pegar uma pneumonia e perder a viagem para Helsinque. “Fui lá para passear, mas como minha prova era uma das últimas e eu não tinha nada pra fazer, comecei a treinar. Nas eliminatórias dos 1.500 livres baixei meu tempo em 15 segundos. Então me animei e parti para as cabeças”.
Na final, Okamoto tentou acompanhar os favoritos, mas foi ficando para trás. Só mesmo um grande esforço acabou lhe dando o bronze. “Nos últimos 50 metros vi que tinha perdido a terceira colocação. Dei um último esforço e ganhei a medalha na batida de mão. É a realização de um sonho. Mas, para dizer a verdade, eu fui um azarão”, completa o primeiro medalhista olímpico brasileiro na natação.
O herói subiu ao pódio com um agasalho emprestado pela equipe de futebol, que foi requisitado pela Confederação Brasileira de Desportos (CBD) quando voltaram ao Brasil. Das medalhas no Pan e na Olimpíada, não tirou nenhum proveito financeiro. O esporte era amador e o atleta proibido de ganhar alguma coisa. Quando voltou de Buenos Aires, a colônia japonesa queria lhe dar um carro, mas teve de recusar, pois do contrário não poderia mais competir.
Depois da Olimpíada de Helsinque, Tetsuo Okamoto foi estudar Geologia e Administração de Empresas nos Estados Unidos. Voltou ao Brasil em 1976 para fundar a Hidrotécnica Okamoto, empresa especializada na perfuração de poços artesianos.
Da amizade com o lendário Adhemar Ferreira da Silva, Okamoto recorda um momento no aeroporto de Buenos Aires quando esperavam o avião para voltar ao Brasil. “O avião atrasou, acho que por problemas mecânicos, e nós varamos a noite lá. O Adhemar ficava cantando e tocando violão para passar o tempo”, relembra.
(do livro “Heróis da América, extraído com a autorização do autor)



Resumos Relacionados


- Curiosidades Olímpicas

- Jogos Pan-americanos De São Paulo

- Olimpíada De Atenas - 1896

- Olimpíada De Antuérpia De 1920

- Heróis Da América, A História Completa Dos Jogos Pan-americanos



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia